'Eles não falam a língua do povo' afirma presidente do Conselho Olímpico sobre organização dos Jogos

FOLHAPRESS
Publicado em 09/09/2015 às 17:32.Atualizado em 17/11/2021 às 01:42.
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
(Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Nomeada há três meses para ser a presidente do Conselho Público Olímpico, a empresária Luiza Trajano criticou nesta quarta-feira (9) a forma como a organização dos jogos vem conduzindo as ações que realiza na preparação do evento.

Indicada pela presidente Dilma Rouseff, a proprietária da rede de lojas Magazine Luiza fez a critica durante o 5º Fórum Nacional do Esporte, realizado em um hotel de São Paulo.

"O povo não sabe o que está passando lá dentro [da organização dos Jogos]. Eles não sabem falar a língua do povo. Se um dia eu sair [do conselho] vai ser por falta de comunicação educativa, comunicação transparente. Falo isso para eles e dizem que está tudo no site. Mas ninguém sabe o que tem no site. Vão falar que estamos gastando R$ 38 bilhões na Olimpíada, mas não estamos. Precisa se comunicar melhor. Se não, vamos tomar passeata na cabeça sem saber", afirmou a empresária.

Luiza já participava das discussões sobre a Olimpíada no conselho-diretor do comitê organizador, onde já era considerada, na prática, o canal direto com a presidente antes mesmo de assumir o cargo em junho.

Jogo limpo

O Conselho Público Olímpico é a instância máxima da APO (Autoridade Pública Olímpica), que é um consórcio cuja função é monitorar as obras e ações para os Jogos. Cabe à APO ser o elo entre todos os entes envolvidos na organizações do megaevento (prefeitura, governo do Estado do Rio e governo federal).

Quem também discursou no evento organizado pelo Grupo Lide foi o diretor geral do Comitê Rio-2016, Sidney Levy. Ele explicou para o público, majoritariamente de empresários, por exemplo, como funciona o orçamento olímpico (citado por Luiza Trajano): R$ 24 bilhões referentes a políticas públicas e legado (investimento 43% privado), R$ 6,67 bilhões da matriz de responsabilidade (64% privado) e R$ 7,4 bilhões do Comitê Rio-2016 (100% privado).

"Os Jogos de 2016 têm que ser limpos. Não pode ter petrolão, mensalão", disse Levy. "O principal legado de todos que vão ficar é a reputação do brasileiro. Mostrar que tem gente no país que pode meter a mão em R$ 8 bilhões de maneira justa", completou. Levy e Luiza trocaram elogios entre si e a respeito da organização dos Jogos de 2016 durante as apresentações.

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