Em clássico de reviravoltas, Atlético bate o América por 3 a 2

Wallace Graciano - Hoje em Dia
Publicado em 23/02/2014 às 18:16.Atualizado em 20/11/2021 às 16:13.
 (Lucas Prates)
(Lucas Prates)
Em um clássico emocionante, com dois tempos distintos, o Atlético fez valer sua força e bateu o América por 3 a 2, na tarde deste domingo (23), no Independência. Na etapa inicial, o Coelho teve as rédeas da partida e desceu para o vestiário com 2 a 0 no placar, com os dois gols anotados por Obina. Porém, no segundo período, o Galo exerceu uma pressão incrível e virou o marcador nos 30 primeiros minutos, com dois gols de Tardelli e um de Jô.
 
A belíssima vitória de virada fez com que o Atlético chegasse à terceira colocação, com 11 pontos conquistados em sete partidas. O Coelho, por sua vez, se complicou no Mineiro, já que permanece com cinco pontos, um a frente do lanterna, Nacional.
 
O Galo volta suas atenções para a Libertadores. Na quarta-feira (26), o mesmo Gigante do Horto será palco do embate contra o Independente, de Santa Fé, que terá pontapé inicial às 22 horas. No Mineiro, o Galo só voltará a campo no dia 1º de março, quando encara o Villa Nova, em Nova Lima, a partir das 18h30. Na mesma data, porém às 16 horas, o Coelho tentará se reerguer no duelo contra o Nacional, que será disputado no Independência. 
 
Domínio verde
 
Há pouco mais de duas semanas, Moacir Júnior, à época comandando o Tombense, saía do Independência radiante pela atuação de seu clube, que não deixou o Atlético jogar e fez do triunfo por 2 a 0 uma justiça. Neste domingo, o agora comandante do Coelho, repetiu a receita de forte marcação e saída de bola em velocidade. Não à-toa o placar se repetiu no primeiro tempo do duelo deste domingo.
 
O grande mérito do comandante do Coelho foi marcar sob pressão a saída de bola atleticana e deixar algum defensor preenchendo as laterais. Assim, o Atlético ficou refém de jogadas individuais, o que facilitava o “bote” da defesa americana. Tanto foi que o Galo só conseguiu chutar de dentro da área em uma única oportunidade, mesmo assim sem sucesso.
 
Essa mesma marcação sob pressão rendeu frutos na parte ofensiva. Aos oito minutos, em uma saída de bola aparentemente tranquila, Victor inverteu a jogada para o zagueiro Otamendi. Desatento, p argentino esperava que a pelota chegasse aos seus pés e, quando acordou para o lance, já estava com Willians no “seu cangote”. Tentando evitar o pior, se esticou, mas escorregou no lance. O meia-atacante americano, que nada tinha a ver com isso, aproveitou o descuido, avançou rumo ao gol e tocou para Obina. Livre, o ex-atacante do Galo não perdoou e abriu o placar. 1 a 0.
 
Jogando mais compacto, o Coelho não tinha a bola sob seu comando na maior parte do tempo. Porém, quando atacava, levava perigo. Foram cinco chutes disparados à meta rival. Todos com rumo certo. Em um deles, aos 50 minutos, Kaio só não marcou porque Leonardo Silva, em cima da linha, afastou de cabeça para escanteio. Na cobrança de corner, o mesmo Kaio ergueu a bola em curva. Victor saiu “caçando borboletas” e a pelota sobrou para Obina, que não perdoou. 2 a 0.
 
O apito que deu fim ao primeiro tempo serviu de alento ao técnico Paulo Autuori. Apesar de seus comandados terem o domínio da posse de bola (67%), eles pouco conseguiram criar, já que eram facilmente envolvidos pela marcação adversária. Era preciso uma mudança de postura enérgica para a segunda etapa...
 
Ascenção alvinegra
 
(…) e ela aconteceu. Dos dois lados. E de forma drástica. Se o primeiro tempo foi do Coelho, o período derradeiro foi totalmente favorável ao Atlético. Mais que trabalhar a parte tática da equipe, Paulo Autuori mexeu com os brios de seus comandados. Visivelmente mais vibrante, a equipe alvinegra voltou para o segundo tempo com a intenção de se redimir da apresentação apática na etapa inicial.
 
Desde o primeiro minuto, o Galo encurralou o Coelho em seu campo. Era pressão total. Uma verdadeira blitz, deixando claro que o gol era questão de tempo. E ele veio aos nove minutos, quando Marcos Rocha recebeu de Fernandinho, avançou à linha de fundo e cruzou rasteiro para a pequena área, onde achou Tardelli. De primeira, o camisa 9 mandou para o barbante. 2 a 1.
 
O ímpeto inicial assustou os jogadores do Coelho, que não passaram da metade do campo nos 10 primeiros minutos. Até os 20, sequer haviam arriscado um chute ao gol de Victor. O mesmo não se pode falar do Atlético. Com um gol apenas de desvantagem, o Galo se lançou ao ataque. E conseguiu a igualdade aos 18 minutos, quando Tardelli chegou à linha de fundo e alçou bola na área. Fernandinho acertou belo chute de primeira, no contrapé de Matheus, mas a pelota beijou a trave. No rebote, porém, o América não teve a mesma sorte, já que Jô estava bem posicionado e mandou para dentro. 2 a 2.
 
O gol de empate deixou o América atordoado. O Atlético, mais enérgico, não tirou o pé. Atacava de todos os lados. Era incisivo, partia para cima, seja pelos flancos ou pelo meio. Marcava a saída de bola do rival e assim conseguiu chegar ao gol da virada. Aos 27, um cruzamento pela esquerda foi mal afastado pela defesa do Coelho. Esperto, Tardelli recuperou a “bola morta”, deixou o marcador na saudade e chutou cruzado na saída de Matheus para colocar o Galo a frente no placar. 3 a 2.
 
Quem deixou de assistir a partida ao final da primeira etapa não deve ter entendido como o jogo terminou com tamanha reviravolta. Se no primeiro tempo o Coelho teve as rédeas da partida e se mostrou sólido, no segundo os comandados de Moacir Júnior se assustaram com a pressão exercida pelo rival e não conseguiram fazer frente ao ímpeto alvinegro. Méritos de Paulo Autuori e seus comandados, que tiveram a capacidade de se reorganizar mesmo em uma situação tão adversa. 
 
FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO  3 X 2 AMÉRICA
 
ATLÉTICO: Victor, Marcos Rocha, Nicolás Otamendi, Leonardo Silva, Jesus Dátolo (Rosinei); Pierre, Josué (Leandro Donizete), Ronaldinho; Diego Tardelli (Alex), Fernandinho e Jô. Técnico: Paulo Autuori
 
AMÉRICA: Matheus, Marcelo Rosa (César Lucena), Renato Santos (Marcelinho), Lula, Gilson; Leandro Guerreiro, Andrei Girotto, Henrique, Kaio (Betinho); Willians e Obina. Técnico: Moacir Júnior
 
Gols: Obina (aos 8' e 50' do 1º tempo); Tardelli (aos 9' e 27') e Jô (aos 18' do 2º tempo)
Data: 23 de fevereiro de 2014
Motivo: Jogo válido pela sétima rodada do Campeonato Mineiro
Estádio: Independência
Cidade: Belo Horizonte
Árbitro: Cleisson Veloso Pereira
Auxiliares: Celso Luiz da Silva e Felipe Alan Costa de Oliveira
Público: 12.274 pagantes
Renda: R$ 300.585,00
Cartões amarelos: Marcelo Rosa e Willians (América); Josué e Marcos Rocha (Atlético)
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