Em crise, Cruzeiro é processado em R$ 450 mil por divergências envolvendo quiosque de açaí

Guilherme Piu e Alexandre Simões
15/10/2019 às 17:15.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:14

(Reprodução)

  

Se dentro de campo o Cruzeiro passa por momentos complicados com a luta incansável contra o rebaixamento, fora das quatro linhas a fase se apresenta tão trágica quanto. Tanto que uma simples permissão para instalação de um "quiosque de açaí" em uma das sedes sociais da Raposa acabou se tornando mais um dentre vários outros processos na Justiça contra o clube.

Autorizado a instalar na sede Campestre, na região da Pampulha, um quiosque para venda de "açaí, sucos e vitaminas", o associado do Cruzeiro Jeir Campos investiu R$ 23.750 na construção do local onde realizaria sua atividade comercial. No entanto, mesmo autorizado e antes de iniciar seu trabalho, ele foi impedido, segundo consta em relato da ação movida na 17ª Vara Cível de Belo Horizonte, de dar sequência às obras de adequação e de colocar o quiosque em operação. 

Por causa desse impedimento, Jeir agora cobra R$ 450 mil do Cruzeiro por meio da Justiça. De acordo com o pedido do advogado esse montante é composto por exigência de R$ 360 mil por lucros cessantes e R$ 90 mil por danos morais.

 Reprodução

O fato 

De acordo com a ação movida por Jeir Campos, no dia 11 de dezembro de 2018 ele recebeu a permissão para realizar sua atividade comercial dentro da sede Campestre, com uma carêcia de seis meses, pagando aluguel de R$ 354,00 por mês. A liberação para o uso do espaço seria válida de 3 de janeiro de 2019 até dezembro de 2020. 

Mas de acordo com o processo o associado foi informado no dia 22 de dezembro de 2018 que "a obra foi embargada sem que lhe fosse apresentada uma justificativa plausível para tal". 

Desde então, ainda de acordo com o citado por Jeir na petição inicial, a construção do quiosque está paralisada e a maior parte do valor previamente investido na obra não teve ressarcimento pelo clube mesmo após dez meses de conversas com dirigentes do Cruzeiro, tanto por aplicativo de conversas telefônicas e reuniões presenciais.

No processo que o Hoje em Dia teve acesso o associado que moveu a ação inseriu notas fiscais de produtos adquiridos para a construção e até o contrato com a equipe de pedreiros contratada para executar a obra. Reprodução / N/A

Conversas no Whatsapp

Jeir tentou por diversas vezes e inúmeras mensagens do Whatsapp resolver a situação. Em uma dessas mensagens, no dia 19 de junho de 2019, o autor da ação disse a Alexandre Comoretto, mais conhecido como Gaúcho, que estava "a 6 (seis) meses tentando ficar livre dessa situação e, penso que não é o momento pra jogarem comigo... (sic)".

Na mesma conversa ele ainda chegou a dizer que a "imprensa está ÁVIDA por notícias do Cruzeiro....(sic)". E completou dizendo: "o grupo de oposição já andou me perguntando, pois devem ter ouvido 'notícias' a respeito de conselheiros da oposição", escreveu em mensagem no Whatsapp.

Funcionário e um dos braços direitos do presidente Wagner Pires de Sá, e do ex-vice presidente de futebol Itair Machado, Gaúcho disse que não tinha medo da oposição. "Não temos medo da oposição, já vencemos eles uma vez é nosso grupo é unido e coeso, não somos coagidos (sic)", respondeu Comoretto na mesma conversa pelo aplicativo de mensagens. 

Veto em outra permissão

Permissionário em outro espaço comercial dentro da sede do Barro Preto, Jeir foi comunicado no dia 27 de setembro em uma notificação assinada pelo 1º vice presidente administrativo Hermínio Lemos de que o seu contrato para essa cessão seria encerrado com dois meses de antecedência. 

Apesar de ter assinado o documento que notificou o associado Jeir de que ele teria que "entregar o ponto", Hermínio Lemos afirma que não tem conhecimento dos "problemas jurídicos do Cruzeiro". E que a reportagem deveria procurar a área jurídica da agremiação. 

Entretanto, o responsável pelo departamento jurídico do Cruzeiro é o advogado Fabiano de Oliveira Costa, que se encontra fora do Brasil (está nos Estados Unidos), e não retornou aos telefonemas da reportagem na data em que essa matéria foi publicada. 

Contrato

Segundo informações passadas à reportagem, há quase dez anos Jeir é permissionário e usa o espaço na sede social do Barro Preto para comercializar sucos, vitaminas e açaí. Ainda de acordo com fontes próximas ao permissionário, em junho deste ano houve a renovação da sua permissão até dezembro de 2019. Contrato esse que será rompido com dois meses de antecedência conforme a notificação abaixo.   Reprodução 

Jeir foi notificado no fim de setembro para deixar o espaço onde funciona seu comércio na sede do Barro Preto

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