Em disputa por vaga com Marquinhos, Thiago Silva tem experiência como trunfo

Estadão Conteúdo
30/05/2018 às 09:04.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:20

(Alexandre Loureiro/VIPCOMM)

Duas Copas do Mundo, uma delas como titular e capitão da seleção brasileira, prestígio na Europa, espírito de comando - é um dos principais líderes do Paris Saint-Germain - e boa fase. Esses são alguns dos trunfos de Thiago Silva na busca por uma vaga ao lado de Miranda na zaga do Brasil. Até pouco tempo atrás, parecia que Marquinhos estava absoluto na posição. Mas o desempenho de Thiago nos amistosos de março contra Rússia e, principalmente, a Alemanha, colocou uma dúvida na cabeça de Tite.

Após elogiar bastante o experiente zagueiro depois daqueles jogos - Marquinhos foi reserva porque estava voltando de contusão -, o treinador admitiu no dia em que definiu o grupo de jogadores para a Copa do Mundo que existiam três jogadores para duas vagas. Na realidade, porém, são dois atletas para um lugar, pois Miranda tem o dele garantido. Assim, a briga entre os dois amigos do PSG está aberta e será definida nos amistosos contra Croácia e Áustria, além dos treinamentos.

Aos 33 anos, Thiago não estabelece uma disputa direta com Marquinhos, de 24. "A briga é sadia, a competitividade eleva o nível de concentração. A gente procura dar o melhor. Ele vem citando os três, mas até mesmo o Geromel, em fase extraordinária no Brasil, está em condições de jogar. Tite tem quatro jogadores que podem dar conta do recado", disse.

Assim como Miranda, Thiago Silva também tem 33 anos. Por isso, se escolher a dupla, Tite estará optando por uma das zagas mais experientes do Brasil em Copas do Mundo. O zagueiro do PSG recorre ao próprio exemplo para dizer que isso poderá ser bastante favorável à seleção. "A cada ano que passa a gente vai melhorando. É inevitável, a experiência vai chegando. Hoje, com 33 anos, vivo uma das melhores fases da minha carreira, mas me sinto como um garoto e procuro dar o meu máximo."

Thiago Silva tem vários fatores favoráveis à sua presença na seleção, mas ainda é questionado pela instabilidade emocional, por causa do desequilíbrio que muitos entendem ter demonstrado na Copa de 2014, quando era o capitão e, no jogo contra o Chile, não conseguiu controlar o choro na disputa de pênaltis.

O zagueiro encara as críticas com naturalidade, mas não concorda. "Sou assim (emotivo), mas o mais importante é que isso nunca me atrapalhou dentro de campo. Em todos os jogos eu me concentro ao máximo. Se a gente tem sentimento, quando tem uma perda grande, deixa a emoção chegar. Todo mundo é assim", defende-se Thiago.

Agora, ele vai voltar à Rússia, pais onde jogou em 2005, sofreu tuberculose por causa do frio e quase teve a carreira encerrada, pois o médicos queriam submetê-lo a uma cirurgia nos pulmões. "Será um momento de felicidade voltar à Rússia, por me sentir no auge da carreira. Voltar lá vai ter sentimentos tristes, mas de felicidade por estar bem."

O jogador lembrou que, não fosse por Ivo Wortmann, ex-volante que jogou nos anos 1970 e na época treinador do Lokomotiv, seu time na Rússia, ele acabaria operado e poderia ter parte de um dos pulmões retirada. "O Ivo foi um anjo da guarda. Ele foi uma das pessoas que impediram a cirurgia."

Thiago Silva esteve na Rússia em março, mas considera que estar lá novamente para jogar uma Copa do Mundo, será como um retorno pela primeira vez. "Tenho certeza de que o sentimento será diferente".
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