Ao dar um desconcertante drible da vaca para iniciar a brilhante jogada do segundo gol do São Paulo contra o Sport, no último domingo (7), no estádio do Morumbi, Kaká arrancou um largo sorriso da diretoria. Menos de dois meses após a sua estreia, o meia virou referência da equipe e tem promovido uma revolução técnica e de comprometimento.
Se do ponto de vista técnico o meia dispensa apresentações, a postura nos treinos e jogos virou combustível para os demais jogadores se esforçarem mais. Kaká é um dos primeiros a chegar no CT e recebe elogios de todos pela forma como encara as atividades: faz trabalho físico específico para aguentar a sequência de jogos antes de ir a campo. Com a bola rolando, ouve atentamente as instruções do técnico Muricy Ramalho e executa tudo à risca.
Nos jogos, o esperado protagonismo é colocado de lado em prol do grupo. As arrancadas com a bola que o levaram ao topo do futebol deram lugar a uma intensa movimentação para abrir espaços para os companheiros chegarem à área. "Hoje, os outros observam o sacrifício dele nos treinos e nos jogos", elogiou Muricy Ramalho.
Na leitura da comissão técnica, a chegada do meia foi especialmente benéfica para Paulo Henrique Ganso e Alexandre Pato, que atingiram o melhor momento desde que foram contratados justamente quando Kaká entrou na equipe. Muricy Ramalho (e a diretoria) enxerga que o meia mudou a forma de os companheiros trabalharem.
O "feitiço", porém, deve acabar em dezembro, quando Kaká se junta ao Orlando City, dos Estados Unidos. O São Paulo tenta um reempréstimo até junho. "Ficamos preocupados, mas vamos curtir até o final do ano", disse Muricy Ramalho.