Em meio à expectativa do novo estádio, principal casa do Atlético completa 90 anos

*Da Redação
29/05/2019 às 19:21.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:52

(Centro Atleticano de Memória)

Há exatos 90 anos, os atleticanos realizavam o sonho e viviam a sensação que os torcedores de hoje esperam ter nos próximos anos com a iminente construção da Arena MRV.

No dia 30 de maio de 1929 era inaugurado o estádio Antônio Carlos, localizado onde hoje é Diamond Mall, patrimônio que se tornou fundamental para tornar o sonho do novo estádio atleticano possível, já que a venda de 50,1% do shopping é o grande aporte financeiro que viabilizaria a construção da nova arena.

Para o jogo de inauguração daquele que seria um dos mais modernos estádios do Brasil, os mineiros convidaram o Corinthians, campeão paulista e considerado pela imprensa da época um dos principais esquadrões do país.

Do lado atleticano, o “Trio Maldito” era a grande esperança de gols. Jairo, Said e Mário de Castro eram os grandes nomes do futebol mineiro naquele tempo. Dono da maior média de gols da história do Atlético, com 195 gols em 100 jogos pelo alvinegro, Mário marcou três dos quatro tentos do Atlético na vitória por 4 a 2 diante da equipe paulista.

Após o grande triunfo na histórica partida, em entrevista concedida ao Jornal Estado de Minas, Jairo creditou a vitória do Galo a uma característica ainda muito admirada pelos torcedores atleticanos: A vontade.

“O Corinthians é um quadro possante, reinando perfeita harmonia entre os seus componentes. O Athletico, por sua vez, supre com enthusiasmo o que falta em thécnica aos seus onze meninos”

Said, parceiro de Mário de Castro e Jairo foi mais taxativo ao exaltar a vitória atleticana.

“O Corinthians é um team bom, mas o Athletico é melhor”.

Até a inauguração do Independência, construído para a Copa do Mundo de 1950, o estádio Antônio Carlos foi a grande casa do Atlético. Até 1968, o estádio ainda abrigou jogos das categorias de base do clube.

O dia da inauguração

As celebrações e cerimônias que marcaram o pontapé inicial do estádio Antônio Carlos na história do futebol mineiro começaram bem antes da bola rolar para Atlético e Corinthians. Enquanto o duelo entre mineiros e paulistas só teve início às 16h, a programação daquele que era o grande evento da capital mineira fez os belo-horizontinos acordarem cedo.

Às 8h30 foi celebrada uma missa campal no gramado do novo estádio em meio a uma forte chuva que caia na região de Lourdes. Tamanha era a expectativa para a inauguração da mais nova praça de esportes de Minas Gerais, que três horas antes do início do jogo principal, as dependências da nova casa do Galo já estavam lotadas.

Mais tarde, com as equipes já em campo e a presença das mais importantes autoridades da época, incluindo Antônio Carlos, que dava nome ao estádio e era governador do estado, foi inaugurada a placa memorativa do estádio.

Finalmente, após todas as solenidades, o jogo entre Atlético e Corinthians iria começar, mas antes dos jogadores tocarem na pelota, foi a vez de Ilka de Andrada, filha de Antônio Carlos dar o pontapé inicial da grande partida entre mineiros e paulistas.Centro de memória atleticano / N/A

O Jogo

Enfim a bola rolou e o primeiro gol da partida não fez a alegria dos aficionados atleticanos, mas para quem tinha Mário de Castro, com média quase igual a dois gols por partida, nem o gol de Valeriano, que abriu o marcador para os mosqueteiros poderia desanimar os donos da casa.

Como não poderia ser diferente, Mário de Castro empatou a partida ainda na primeira etapa, dando números finais ao primeiro tempo. 1 a 1 no estádio da colina, como ficou conhecido a casa atleticana.

Buscando a vitória no primeiro jogo dentro de seu novo estádio, o Atlético marcou mais três gols na segunda etapa, dois de Mário de Castro e um de Said. Com a partida já resolvida, instantes antes do término do duelo, De Maria marcou mais um para os campeões paulistas.

Repercussão

A imprensa da época chegou a tratar a vitória do histórico 30 e maio de 1929 como o maior feito do futebol mineiro até aquele momento. Não só pela grandeza e importância da inauguração do estádio, mas pelo triunfo diante de um dos melhores times do país, que não atoa era campeão paulista.

Teve grande destaque nos jornais do dia seguinte a invasão ao gramado dos entusiasmados torcedores alvinegros, que comemoravam a vitória que não era esperada nem pelos periódicos anteriores àquela partida.Centro atleticano de memória / N/A

*Hugo Lobão sob supervisão de Alexandre Simões

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