Em tempos de recessão, Atlético e Cruzeiro apostam em títulos na busca por novos parceiros

Alexandre Simões - Hoje em Dia
02/12/2014 às 07:46.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:14

(Editoria de Arte)

Pelo segundo ano consecutivo melhores clubes do futebol brasileiro, Atlético e Cruzeiro terminam a temporada 2014 vivendo o desafio de negociar novos contratos de patrocínio para as suas camisas. E a tarefa não será fácil, pois a previsão é de um 2015 de muitas dificuldades financeiras no país, o que pode impedir uma valorização do momento extraordinário que a dupla vive dentro de campo.

“O ano de 2014 já foi complicado. A previsão é que o próximo seja ainda pior. Será difícil para os dois clubes de Minas conseguirem nos seus próximos contratos a valorização que merecem pelos resultados em campo, pois as previsões da economia são muito ruins”, garante Amir Somoggi, consultor de marketing em gestão esportiva.

Este ano, quando trocou a Lupo pela Puma, como fornecedora de material esportivo, o Atlético já enfrentou esse problema. No anúncio da nova parceira, o presidente Alexandre Kalil foi claro. “Não é superior (o valor). É menor e eu não tenho o menor constrangimento de dizer isso, porque a bolha explodiu. O contrato é muito bom, mas não é maior do que o vínculo que foi rompido”, revelou o dirigente em 17 de março, em evento na sede de Lourdes.

Sabendo das previsões pessimistas, os dois clubes já se movimentam diante de um cenário de saída do Banco BMG, que passou as últimas temporadas estampando sua marca na camisa dos dois rivais.

Valores

Nesta temporada, os clubes receberam cerca de R$ 15 milhões pelo patrocínio master, mais bônus pelas conquistas do Campeonato Brasileiro (Cruzeiro) e Copa do Brasil (Atlético), o que faz o valor crescer.

Segundo Amir Somoggi, Atlético e Cruzeiro faturam em 2014, com as suas camisas, contanto patrocínio e material esportivo, entre R$ 25 e 30 milhões.

No Cruzeiro, a troca de patrocinador já é tratado como uma certeza e o clube inclusive já foi notificado pelo banco de que o vínculo que se encerra este mês não será renovado. No Atlético, ainda não se tem a confirmação do final da parceira, que tem chance de ser mantida, com uma renovação do patrocínio master.

Isso acontece pela boa relação do BMG com a diretoria atleticana. Nos bastidores, os comentários são de que o Cruzeiro deixou de cumprir alguns acordos com o banco, o que teria provocado um desgaste.

A permanência da MRV Engenharia na manga da camisa alvinegra já tinha sido acertada anteriormente. Como o clube tem contrato até 2016 com a Puma, o Galo pode jogar em 2015 com os mesmos patrocinadores que teve nesta temporada.

Se perder a verba do BMG, o Atlético tem como opção a Caixa Econômica Federal, que já estampa a sua marca nas camisas de vários clubes brasileiros e mantém conversas com o Cruzeiro desde o início deste ano.

O acordo entre o clube da Toca e o banco estatal esteve muito próximo de ser assinado, o que pode acontecer agora. Uma reunião entre as duas partes acontecerá nos próximos dias e o acerto só pode emperrar numa questão, que são as certidões negativas de débito que o Cruzeiro precisa apresentar.

Isso atrasou o recebimento do patrocínio em vários clubes e com o Cruzeiro não deve ser diferente, pois é necessário estar em dia com todos os tributos federais, estaduais e municipais, além de se ter uma certidão negativa da Justiça do Trabalho.

Ciente dessa dificuldade, o Cruzeiro mantém conversações com outras duas empresas, que não têm o nome revelado pelo clube para que ele não corra o risco de ter a negociação atravessada.

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