O zagueiro Eduardo Bauermann, ex-América e atualmente no Santos, foi afastado do clube paulista após ter sido revelada conversas dele com uma pessoa ligada ao esquema de manipulação nas partidas do futebol brasileiro. O jogador é apenas um dos investigados no esquema que já ultrapassou 10 jogos manipulados encontrados.

Na noite de segunda (8), a Revista VEJA revelou mais uma parte da investigação do Ministério Público de Goiás sobre os esquemas de manipulação em partidas do futebol brasileiro, organizados por pessoas que aliciam jogadores para cometerem ações específicas em jogos, como receber amarelo ou vermelho, ou cometerem pênaltis, rendendo assim milhões em dinheiro após apostas realizadas por esses aliciadores. Uma parte do lucro seria repassada aos jogadores, que sempre recebiam adiantamento.

Eduardo Bauermann é um dos citados na ação. Ele teria recebido R$ 50 mil de adiantamento de um desses aliciadores para que levasse cartão amarelo na partida entre Santos e Avaí, no Brasileirão de 2022. No entanto, ele não conseguiu e acabou com a aposta do aliciador. Para se redimir, ele prometeu ser expulso no jogo seguinte, contra o Botafogo. Dessa vez, ele conseguiu, sendo expulso após a partida por reclamação. A VEJA revelou ainda conversas do zagueiro com o aliciador, que ameaçou o jogador após o primeiro jogo (confira as conversas na galeria de imagens no fim da matéria).

Por conta dessa situação, o Santos informou na manhã desta terça (9) que Bauermann está afastado do elenco do clube. Ele seguirá podendo usar as instalações do clube para atividades físicas, enquanto o clube aguarda se a Justiça aceitará a denúncia para definir novas ações: “O Santos FC não tolera desvios de conduta e de ética”, finaliza a nota.

Vale ressaltar que tanto os clubes quanto as casas de apostas usadas para esse esquema são considerados vítimas nessa situação.

Outros acusados

Além de Bauermann, outros jogadores também estão na mira da operação, que já está em sua segunda fase. Na primeira os zagueiros Victor Ramos, da Chapecoense, Kevin Lomónaco, do Bragantino e Paulo Miranda, ex-Juventude, os laterais-esquerdos Igor Cariús, do Sport, e Moraes, ex-Juventude e hoje no Atlético-GO, e o meia Gabriel Tota, ex-Juventude e atualmente no Ypiranga-RS, foram acusados. Agora, na segunda, foram adicionados os volantes Fernando Neto, ex-Operário-PR e hoje no São Bernardo, e Nikolas, do Novo Hamburgo-RS, e o atacante Jarro Pedroso, do Inter-SM.

Os jogos, jogadores e ações em que essas manipulações foram solicitadas são - em negrito, o time do jogador:

Série A: Palmeiras x Juventude - Moraes - cartão amarelo
Série A: Juventude x Fortaleza - Gabriel Tota/Paulo Miranda - Cartão amarelo
Série A: Goiás x Juventude - Moraes/Paulo Miranda - cartão amarelo
Série A: Ceará x Cuiabá - Igor Cariús - cartão amarelo
Série A: Red Bull Bragantino x América - Lomónaco - cartão amarelo
Série A: Santos x Avaí - Bauermann - cartão amarelo
Série A: Botafogo x Santos - Bauermann - cartão vermelho
Série A: Palmeiras x Cuiabá - Cariús - cartão amarelo
Série B: Sport x Operário - Fernando Neto - cartão vermelho
Paulistão:Guarani x Portuguesa - Victor Ramos - cometer pênalti
Paulistão: Red Bull Bragantino x Portuguesa - Lomónaco (não aceitou) - cometer pênalti
Gaúchão: Esportivo  x Novo Hamburgo - Nikolas - cometer pênalti
Gaúchão: Caxias x São Luiz - Jarro - cometer pênalti

Os jogadores em questão podem ser denunciados, virando réus, podendo ser presos e banidos do futebol a depender da sequência das investigações.

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