Stephen Keshi, ex-capitão da seleção nigeriana e técnico do time nacional na Copa de 2014, morreu nesta quarta-feira pela manhã, aos 54 anos de idade. A Federação Nigeriana de Futebol (NFF, na sigla em inglês) informou, por meio de um comunicado, que ele foi internado na noite da última terça com suspeita de problemas cardíacos e estava apresentando batimentos irregulares no coração e dores nas pernas quando foi levado ao hospital em Benin, no sul do país.
"Isso é devastador. Perdemos um super-herói", afirmou Amaju Pinnick, presidente da NFF, por meio do comunicado divulgado nesta quarta, ao lamentou a morte de um dos dois únicos homens a terem conquistado a Copa Africana de Nações como jogador e treinador, que ficou conhecido como "Big Boss" (grande chefe) por seu carisma e poder de liderança.
Keshi foi o capitão da Nigéria na campanha do título africano de 1994 e como técnico voltou a conquistar a principal competição do continente em 2013. Ele também treinou as seleções de Togo e do Mali, sendo que à frente da primeira delas teve sucesso logo de cara ao levar os togoleses a uma inédita classificação para uma Copa do Mundo, em 2006.
Ironia do destino, Keshi havia perdido a sua esposa, vítima de câncer, no ano passado. E agora morreu deixando o legado de quem se tornou o primeiro técnico negro, em duas décadas, a conquistar o título da Copa Africana das Nações, em 2013. Ele, por sinal, criticava as federações nacionais do continente por contratarem continuamente treinadores estrangeiros para suas seleções e não darem chances para comandantes africanos.
Apesar do currículo como jogador e dos feitos como técnico, Keshi foi demitido do comando da Nigéria no ano passado após travar disputas com dirigentes da NFF. Ele, entretanto, era tão popular no país que o ex-presidente do país Goodluck Jonathan uma vez interveio pessoalmente para ter a certeza de que o treinador seguiria no cargo.
Antes de se tornar técnico, Keshi também ajudou a Nigéria a encantar como principal seleção africana na Copa de 1994, na qual o país avançou às oitavas de final e por pouco não eliminou a vice-campeã Itália, que bateu os nigerianos por 2 a 1, de virada, em duelo decidido apenas na prorrogação. Naquela época, ele fez parte de uma geração que tinha nomes como Finidi George, Jay-Jay Okocha, Sunday Oliseh e Rashidi Yekini. Ao todo, disputou 64 partidas e marcou nove gols pela equipe nacional.
"Notícia horrível e dia triste com a morte do nosso lendário capitão e irmão Stephen Keshi", afirmou Oliseh, que sucedeu o seu compatriota no comando da seleção nigeriana, por meio de sua página no Twitter. "Perdemos um icônico herói hoje", completou.
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