Ex-membro do conselho fiscal questiona Dalai: 'Não é hora de unir, é hora de purificar o Cruzeiro'

Guilherme Piu
@guilhermepiu
07/02/2020 às 00:05.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:33
 (Guilherme Piu)

(Guilherme Piu)

Guilherme Piu 

A primeira reunião do Conselho Deliberativo após a renúncia de Wagner Pires de Sá no Cruzeiro mostrou que os ânimos de alguns conselheiros ainda estão acirrados. Na noite desta quinta-feira (6), quando o balanço financeiro do exercício de 2018 foi aprovado com ressalvas, o ex-integrante do conselho fiscal estrelado, Celso Luiz Chimbida, foi ao microfone e com um tom forte falou da renúncia de seu grupo antes de discordar da opinião do presidente interino da Raposa José Dalai Rocha. 

"Nós renunciamos, e acho que todos vocês (os conselheiros) deveriam ter perguntado quais os motivos de estarmos renunciando. Nós demos o caminho de que tinha alguma coisa acontecendo. Só que ninguém fez nada, inclusive o nosso atual presidente do Cruzeiro. Como que o conselho fiscal simplesmente não tem acesso a documentos e informações? O problema do Cruzeiro não foi agora. O problema do Cruzeiro não foi questão política, de oposição", justifica, questionando a opinião do presidente interino celeste. 

"Eu me senti ofendido quando o Dalai pega, abre (a reunião) e nos chama atenção, de que simplesmente somos xiitas e temos que unir. Unir, não. Nós temos que purificar o Cruzeiro. Não podemos simplesmente passar a mão no que aconteceu, tanto que é a proposta de aprovar as contas a referendo foi feita baseada no entendimento de que tem algumas coisas que precisam ser vistas e colocadas às claras", desabafou, dando ênfase ao que ele colocou como grande problema e que deixou o clube na atual situação de grande crise financeira.

“O problema do Cruzeiro chama-se má gestão, gestão temerária, que foi feita. É o que fizeram com o nosso Cruzeiro. Este foi o nosso problema”

Antes de responder, como em uma réplica já que foi citado pelo companheiro, José Dalai Rocha disse que tinha apreço por Chimbida, que afirmou ser recíproco esse sentimento entre os dois. 

O presidente interino explicou o que quis dizer sobre os "xiitas" e o momento de revanchismo no clube. 

"Xiita, para mim, é o cruzeirense do ódio, que quer ofender, que quer retaliar. Xiita, para mim, é o cruzeirense que provocou mais de dez pedidos de segurança de vida por conta de ameaça de morte. Esses são xiitas. Eu estou na presidência, sou um “para-raio” dessas emoções, dessas pressões. Quando eu falo xiita, não quer dizer passar a mão e esquecer. Para isso, têm órgãos apurando. Mas o Cruzeiro tem que viver o dia dele, e o dia não pode ser desse ódio, com brigas, ofensas todos os dias. Todos os dias nós temos uma coisa para ofender o colega. Quando isso vai parar? Se não tivermos uma posição e harmonia, de poder sentar à mesa com o adversário e conversar (...) Não com o marginal. O adversário. Marginal é na cadeia. Vamos acabar com as eleições passadas, colocar uma pedra. Não quer dizer esquecer, que é erro", explicou. 

"Má gestão ou gestão irresponsável têm que ser apurado, mas, pelo amor de Deus, vamos caminhar sem ódio", pediu Dalai. 

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