O pequeno Davi não deixa mais Levir Culpi disfarçar. O treinador do Atlético já é vovô, e daqueles orgulhosos. Aos 62 anos, o comandante admite que está em um estágio de evitar dor de cabeça com o futebol. Mas a idade terá que ser uma vantagem. Contra o Figueirense, ele começará uma sequência de disputas contra técnicos “juvenis” na reta final do Brasileirão.
O primeiro deles é Hudson Coutinho, seguido de Doriva, do São Paulo, ambos com 42 anos. Posteriormente, enfrentará o Goiás no Independência. O esmeraldino é comandado por Danny Sérgio, de 37 anos, quarto técnico do time apenas nesta edição da Série A.
Por fim, Levir encerra o duelo de gerações contra Roger Machado, 40, no confronto direto contra o Grêmio que pode valer a definição do vice-campeonato.
O atleticano disputa a 31ª temporada como treinador e, neste Campeonato Brasileiro, é superado na idade apenas pelo amigo Oswaldo de Oliveira, do Flamengo, que completará 65 anos em dezembro.
Com 19 clubes na carreira, Levir encara um novato na profissão. Coutinho foi efetivado no cargo no lugar de Renê Simões e, apesar de ter mais de 10 anos no Figueira, só havia tido experiência na função de técnico no Guarani de Palhoça (SC). Apesar da disparidade, Levir ressalta que o Figueira estará “mordido” para encarar o Galo.
“Eles vão dar a vida em campo. O jogo é importante para eles e para nós também”, lembra o técnico.
O Atlético retorna a Florianópolis para enfrentar um algoz. Eliminado nas oitavas de final da Copa do Brasil, o Galo quer vencer no Sul para esquecer a derrota diante da Chapecoense e o empate sofrido no fim do jogo contra o J0inville. Para tanto, Levir torce por uma boa arbitragem.
“Nós fizemos três jogos em Santa Catarina e, por uma coincidência muito desagradável, tivemos três problemas graves com arbitragem. A gente fica preocupado, pois queremos um jogo limpo, como foi contra o Corinthians”.
Futuro em aberto
Levir Culpi tem menos de dois meses para acertar a continuidade ou o fim do ciclo no Atlético. Com contrato até dezembro, ele sinalizou que há fortes tendências para renovar. Entretanto, disse também não fechar as portas para um possível retorno ao exterior – ele já treinou o Cerezo Osaka (Japão) e o Al-Ettifaq (Árabia Saudita).
“Está sempre em aberto (acertar com um clube do exterior). Quanto está o dólar, uns R$ 4? Ótima hora de ir. Mas ainda não tenho propostas”, brincou Levir, que já começou a discutir o assunto com a diretoria.
“Tive uma conversa com o Maluf (diretor de futebol) e o presidente (Daniel Nepomuceno). A tendência é de continuidade. Já tenho uma identificação e uma base de trabalho. O Atlético tem mais de 80% dos jogadores com essa passagem para o ano que vem”, justificou Levir.