Depois de ser penta, de 1965 a 1969, o Cruzeiro tinha perdido os dois últimos Estaduais, para Atlético (1970) e América (1971). Em abril de 1972, Tostão tinha deixado o clube, vendido ao Vasco. Para completar, o craque da equipe, Dirceu Lopes, estava machucado.
Era este o cenário do Cruzeiro quando entrou em campo em 7 de setembro de 1972, para decidir com o Atlético, em jogo único, o Campeonato Mineiro daquele ano.
O torneio teve um quadrangular final, em turno e returno, mas como os rivais terminaram empatados, foi necessária a segunda final direta entre eles no Mineirão.
O substituto de Dirceu Lopes foi o então garoto Palhinha, com 22 anos. E ele brilhou. Fez 1 a 0 aos 36 minutos do primeiro tempo, mas Dario empatou aos 16 da etapa final.
O jogo foi para a prorrogação. E aos 9 minutos do segundo tempo, após escanteio da direita, Palhinha surgiu por trás de Fontana e cabeceou forte, para o chão.
Mazurkiewicz chegou a tocar na bola, mas não impediu que ela entrasse no ângulo direito.
O Cruzeiro recuperava o título mineiro, dando início a mais uma série, pois seria tetra até 1975. Palhinha se consolidava como grande nome do clube. E Dirceu Lopes comemorava, de muleta, no gramado, o título que o garoto que o substituiu garantiu.
A FICHA DO JOGO
CRUZEIRO 2
Hélio; Lauro, Darci Menezes, Fontana e Vanderlei; Piazza e Zé Carlos; Luiz Carlos (Eduardo), Palhinha, Roberto Batata (Baiano) e Lima. Técnico: Hlton Chaves
ATLÉTICO 1
Mazurkiewicz; Oldair, Raul Fernandes, Vantuir e Cláudio Mineiro; Vanderlei Paiva e Toninho; Guerino (Serginho), Lola, Dario e Romeu. Técnico: Telê Santana
DATA: 7 de setembro de 1972
LOCAL: Mineirão
MOTIVO: Campeonato Mineiro
GOLS: Palhinha, aos 36 minutos do primeiro tempo; Dario, aos 16 minutos do segundo tempo; Palhinha, aos 9 minutos do segundo tempo da prorrogação
ARBITRAGEM: Sílvio Gonçalves, auxiliado por Aluísio Gonzaga e José Felipe
PÚBLICO: 63.011
RENDA: Cr$ 402.097,00