Os familiares das vítimas do voo da LaMia ainda não foram indenizados e não há perspectivas de que isso ocorra a curto prazo. Os problemas são vários. A começar pela seguradora boliviana, a Bisa. Ela se recusa a pagar as indenizações - total de US$ 25 milhões, ou R$ 80 milhões -, sob a alegação de que o acidente ocorreu por erro do piloto Miguel Quiroga, um dos mortos. A Bisa propôs pagar US$ 200 mil (R$ 646 mil) a cada família se pelo menos 51 delas concordassem em desistir de qualquer ação judicial. Não houve acordo.
O fato de a investigação envolver três países, que têm legislação distinta, também é complicador na luta pela indenização. E a Colômbia ainda não divulgou o relatório final sobre a queda do avião - a expectativa é de que isso aconteça ainda este ano.
Em outubro, o Ministério Público Federal de Santa Catarina concluiu inquérito civil apontando que a Chapecoense não foi negligente nem imprudente ao contratar a LaMia. No entanto, os procuradores encontraram indícios que a LaMia pode não pertencer ao piloto Quiroga e a Marco Antonio Rocha, que está foragido, como consta no registros. Documentos apontaram que a venezuelana Loredana Albacete participou do fretamento do avião e receberia em uma conta em Hong Kong os US$ 140 mil do serviço.
Loredana Albacete, que aparece como proprietária, é filha do ex-senador Ricardo Albacete. Ele era dono do avião que caiu e declarou que apenas o arrendou à Lâmia. A descoberta pode mudar os rumos dos processos que requerem as indenizações.
Até agora, os familiares receberam o seguro do clube (14 vezes o salário), o da CBF (12 vezes) e valores de rateios de doação e de renda de alguns amistosos da Chapecoense pelo Brasil e no exterior.