(Lucas Prates)
O Independência voltou a ser uma “casa mal-assombrada” para o América. Quando tudo era favorável para o Coelho seguir firme na caminhada rumo à elite do Brasileirão, a equipe falhou feio e não conseguiu mostrar o bom futebol que vinha apresentando fora de seus domínios. Pior, saiu do Gigante do Horto derrotado por 1 a 0, pelo Paysandu, time que briga para permanecer na Série B. A derrota fez com que o Coelho caísse para a oitava colocação. Com os mesmos 48 pontos que iniciou a rodada, o América precisa de um milagre nas seis últimas rodadas para obter o acesso à primeira divisão, já que está cinco pontos atrás do Avaí, quarto colocado. O Papão, por sua vez, ganhou uma sobrevida e pode sair na próxima rodada da zona de rebaixamento. Na 18ª posição, com 35 pontos, o time paraense está na mesma “rabeira” que o ABC, primeiro clube fora da “zona da degola”. O América segue sua “odisseia” rumo ao G-4 na próxima sexta-feira (1º). Para seguir vivo na disputa, precisa obrigatoriamente bater o ASA, de Arapiraca, no duelo que será realizado no Independência, a partir das 21 horas. O Papão tenta se manter vivo na Série B contra outro Coelho e também fora de casa. Na mesma sexta, porém às 19h30, o clube encara o Joinville, na Arena Joinville, em Santa Catarina. Ineficaz Tudo era favorável para o América na noite desta terça-feira (29). O que se via no Independência era um clima de mobilização total para aquele que prometia ser o início da arrancada rumo ao G-4. Para melhorar, o Coelho teve nove dias para se preparar desde o último confronto. Era a promessa de que, enfim, o “visitante ingrato” da Série B iria cantar alto em seus domínios. Mas ficou só na promessa mesmo... Durante os primeiros minutos do embate contra o Paysandu, a sensação que dava era de que “se apertar, confessa”. O time da Curuzu veio em um ferrolho, tentando diminuir o ímpeto do adversário, mas sua linha defensiva se atrapalhava em cada investida do Coelho. O problema era que a bola “queimava” nos pés dos homens de frente do América, que não conseguiam dar o “passe final” com qualidade e, assim, pouco arriscavam. Quando a finalização surgia, não levava perigo. Tanto foi que somente uma chegou ao gol defndido por Matheus. Do outro lado, o xará do goleiro do time paraense até que foi exigido em poucas oportunidades. Porém, quando surgia uma investida por parte do Papão, ela era aguda. Em uma dessas, aos 27 minutos, Matheus teve de sair nos pés de Marcelo Nicácio para evitar aquele que fatalmente seria o primeiro gol da partida.
Matheus fez o que estava ao seu alcance para ajudar o Coelho (Foto: Lucas Prates) O arqueiro alviverde até que operou um milagre na primeira vez que foi realmente exigido, mas na segunda nada pôde fazer. Aos 37 minutos, Diego Barboza recebeu na ala esquerda e cruzou rasteiro para o miolo da área. Lá encontrou o atacante Careca. E sabe como é...quando a bola cai limpa para um matador, não tem perdão. 1 a 0 Paysandu. O que já era tenso se transformou em um filme de terror para a torcida americana pouco depois. Aos 45 minutos, Willians, de forma irresponsável, revidou com uma cabeçada a bronca dada pelo lateral-direito do Papão, Yago Pikachu. O pior de tudo é que o lance ocorreu em uma falta dada a favor do América. No final das contas, a derrota parcial por 1 a 0 não foi nenhuma “injustiça”. O Coelho dominou a posse de bola e as ações territoriais, mas se mostrou extremamente afobado quando teve as oportunidade para balançar o capim. Também há de se ressaltar o trabalho do Paysandu, que atuou dentro de suas limitações e avançou com inteligência, conseguindo, assim, descer ao vestiário com o placar favorável. Pouco acrescentou Jogar com um atleta a menos já não é das tarefas mais gratas. Imagina, então, correr atrás do prejuízo contra um time que voltou para a segunda etapa em um verdadeiro “ferrolho”, quando se está com dez no gramado. Complicado, não? Com a desvantagem material, o segundo tempo se resumiu a um América desesperado, tentando se manter vivo na Série B, enquanto o Paysandu se defendia e, às vezes, buscava o contra-golpe. Se no primeiro tempo o América já mostrava um futebol afoito, na etapa complementar a tônica foi ainda mais presente. Era passe errado de um lado, conclusão desesperada do outro, em meio a bola que corria de forma constante pelo gramado, mas nunca na direção certa. Era preciso equilíbrio nos momentos cruciais e isso faltou durante todo o segundo tempo. Confira as melhores imagens do duelo entre América e Paysandu
O América volta a achar seus próprios fantasmas. Pela 12ª vez nesta Série B, o clube não conseguiu uma vitória em seus domínios. Agora, somente um milagre nos seis últimos jogos fará que o Coelho dispute a elite do futebol brasileiro em 2014. FICHA TÉCNICA AMÉRICA 0 X 1 PAYSANDU AMÉRICA: Matheus; Elsinho, Jaílton, Vitor Hugo, Danilo; Claudinei, Andrei Girotto (Marcão), Elvis (Ygor), Bady; Willians e Alessandro (Fábio Júnior). Técnico: Silas PAYSANDU: Matheus; Yago Pikachu, Fábio Sanches, Leonardo, Diego Barboza (Alex Gaibú); Vanderson, Zé Antônio, Eduardo Ramos, Jailton; Marcelo Nicácio e Careca. Técnico: Vagner Benazzi Gol: Careca (aos 37' do 1º tempo) Motivo: Jogo válido pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro Data: 29 de outubro de 2013 Estádio: Independência Cidade: Belo Horizonte Árbitro: Jean Pierre Gonçalves Lima (CBF/RS) Árbitros assistentes: Luiz Carlos Silva Teixeira (CBF/BA ) e José Eduardo Calza (CBF/RS) Público: 12.959 pagantes Renda: R$ 61.645 Cartões amarelos: Yago Pikachu, Alex e Vanderson (Paysandu); Jaílton e Vitor Hugo (América) Cartões vermelhos: Willians (América)