(Montagem/Hoje em Dia)
Um clássico, por si só, aflora qualquer rivalidade, gera inúmeras expectativas. Neste domingo (16), será mais um desses dias em que tudo isso e muito mais estará em jogo, quando Atlético e Cruzeiro iniciarem a batalha, às 16 horas, no Independência, pela quinta rodada do Campeonato Mineiro.
Durante os 90 minutos, os eternos oponentes brigarão pelos três pontos. Mas, um grupo de jogadores também deve travar uma batalha à parte, mesmo que seja de forma inconsciente.
No próximo dia 24, o técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, completará a lista para o amistoso contra a África do Sul, em 5 de março. Será o último teste antes da convocação final para a Copa do Mundo, que será divulgada em 7 de maio.
Dezesseis atletas que atuam no exterior já foram convocados. “Vamos chamar mais três jogadores (um goleiro e dois atacantes), talvez quatro”, adiantou Felipão.
Assim, a expectativa pela próxima chamada pode ser considerada uma razão a mais para atleticanos e cruzeirenses. Neste domingo (16), no Horto, quando Igor Junio Benevenuto soprar o apito, Victor, Fábio, Réver, Dedé, Éverton Ribeiro e Diego Tardelli vão querer mostrar ao comandante da Seleção que têm talento para vestir a amarelinha. Jô, com um pé no Mundial, também terá seus motivos para manter o prestígio com o chefe.
Heróis da Libertadores, alvinegros buscam a confiança de Scolari
O grupo está praticamente fechado, mas a esperança em defender a Seleção na Copa do Mundo não sai da cabeça do goleiro Victor, do zagueiro Réver e do atacante Diego Tardelli. Principais nomes do Atlético na histórica conquista da Libertadores, em 2013, o trio do Galo sabe que um bom desempenho no clássico deste domingo (16), no Independência, pode ajudar a aumentar a “dor de cabeça” do técnico Luiz Felipe Scolari.
Victor foi lembrado algumas vezes, mas teve apenas uma grande oportunidade. Destaque da Libertadores, o “santo” do Galo foi titular na goleada por 5 a 0 sobre Honduras, em novembro do ano passado.
A breve participação, no entanto, serviu para acirrar a briga pela terceira vaga de goleiro na Copa do Mundo, já que Júlio Cesar, do Toronto, do Canadá, e Jefferson, do Botafogo, estão assegurados na competição.
A dúvida de Felipão está entre o goleiro do Galo e Diego Cavalieri. O camisa 1 do Fluminense, no entanto, larga na frente nessa briga, já que fez parte do grupo na Copa das Confederações. Porém, a fase de Cavalieri não é das melhores, o que pode ajudar Victor, um dos destaques no time atleticano.
O bom relacionamento com Felipão e a participação na Copa das Confederações de 2009 são dois dos trunfos do goleiro alvinegro, de 31 anos. Nos bastidores, comenta-se que ele será convocado para o amistoso contra a África do Sul, em 5 de março. Felipão teria consultado o técnico Paulo Autuori sobre uma possível liberação do seu camisa 1.
Já o zagueiro Réver começou 2013 sendo lembrado e esteve na lista dos campeões da Copa das Confederações, mas acabou ficando de fora das convocações desde então. O afastamento do defensor veio justamente em uma época em que o capitão atleticano teria declarado que a conquista da Libertadores seria mais importante que o título alcançado pelo Brasil. A declaração não teria agrado Felipão, conhecido pelo estilo patriota.
Tardelli, por sua vez, chegou até a cobrar publicamente sua convocação. Um dos principais nomes do Atlético em 2013, o atacante não teve oportunidades com Felipão.
A fé em vestir a amarelinha, no entanto, é mantida pelo camisa 9 do Galo, que agora evita falar em Seleção após as frustrações nas últimas chamadas de Scolari.
Retrospecto no tri brasileiro em 2013 é arma dos celestes
O menino que joga bola costuma ter dois sonhos: se tornar profissional bem-sucedido e chegar à Seleção Brasileira. Muitos almejam, mas poucos conseguem. Quando se trata de vestir a camisa amarela em uma Copa do Mundo, o privilégio é de um grupo ainda mais restrito.
A quatro meses do início do Mundial, restam poucas vagas para completar o grupo de Luiz Felipe Scolari, mas isso não impede que três cruzeirenses sigam sonhando em defender o Brasil, em casa. Há dez anos como titular absoluto da meta estrelada, “especialistas” e torcedores comuns buscam uma razão objetiva que justifique a ausência de Fábio do gol brasileiro.
Ele já foi chamado, mas não teve chances efetivas. Os questionamentos se tornaram ainda mais explícitos após o camisa 1 da Raposa levantar a taça de campeão brasileiro, ano passado, depois de uma temporada inquestionável. “É ótimo goleiro tecnicamente, uma referência da torcida e do grupo”, elogia o técnico Marcelo Oliveira.
O goleiro deu mostras de que “jogou a toalha”, mas sabe que o dinamismo do futebol pode mudar situações que pareciam inalteradas. Por isso, espera estar ao lado de Júlio César e Jefferson, quando Felipão anunciar os 23 nomes.
Ânimo
Já o zagueiro Dedé vive uma situação mais animadora. A defesa tem três nomes “garantidos” (Thiago Luiz, David Luiz e Dante) e uma vaga a ser preenchida. Com várias passagens pela Seleção, o camisa 26 da Raposa espera que seja o dele o nome faltante. “Meu maior objetivo, meu sonho. Todos sabem que a concorrência é grande, mas depende de mim, da minha capacidade”.
Apesar do desejo, Dedé ressalta que a realização, se vier, será de forma natural. “Vou fazer o meu papel. Não sou de querer atropelar as coisas, de desejar o mal para nenhum jogador. Farei a minha parte, com toda honestidade”, pondera.
Correndo por fora vem o armador Éverton Ribeiro. Aos 24 anos, o “pensador” do meio-campo estrelado ganhou “cabos eleitorais” importantes, como Muricy Ramalho e Tostão, para brigar por uma oportunidade no time de Felipão. A seu favor, ele tem o título de craque do Brasileirão de 2013.
Suas chances são remotas, mas o clássico deste domingo (16) pode servir para colocar uma interrogação na cabeça do técnico do Brasil e Éverton ser lembrado pela primeira vez.