Festa no maracanã vai mostrar o Brasil para 3 bilhões de espectadores

Bruno Moreno e Henrique André - Enviados Especiais
esportes@hojeemdia.com.br
05/08/2016 às 07:25.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:10
 (AFP)

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RIO DE JANEIRO – Talvez não seja tão espetacular quanto as festas de Pequim-2008 e Londres-2012, mas terá com certeza bem mais calor humano. No melhor estilo brasileiro, com criatividade, cores e sons, o Maracanã dará início, oficialmente, à 28ª Olimpíada da Era Moderna. A cerimônia, a partir das 20h, será dividida em três momentos e deve se estender por três horas, para uma audiência global estimada em 3 bilhões de pessoas.

Se algumas partes como os discursos solenes e o desfile das 206 delegações não fugirão do protocolo (o Hino Olímpico será cantado por crianças de um projeto social de Niterói), emoção não deve faltar, de acordo com os cineastas Fernando Meirelles, Andrucha Waddington e a diretora de teatro Daniela Thomas, que coordenam o espetáculo.

A ideia é mostrar o Brasil por meio de suas paixões, mas sem cair nos estereótipos. Samba e futebol vão marcar presença – Caetano Veloso, Gilberto Gil, Zeca Pagodinho, Anitta e Marcelo D2 estão entre as atrações confirmadas.

O país será mostrado por três ângulos diferentes – a criação do mundo, que fez do Brasil uma de suas maiores reservas naturais; a diversidade de povos que deu origem a uma cultura rica e múltipla e o jeito hospitaleiro do brasileiro, que recebe todo o mundo para o maior evento esportivo do planeta.

A preocupação com o futuro da humanidade será expressada com as sementes que serão repassadas a todos os atletas que pisarem no gramado do Maracanã e postas por eles em mudas, que serão plantadas em Deodoro. 

E, como transpareceu no último ensaio, um mineiro ilustre será homenageado: Santos Dumont que, apesar da opinião contrária dos norte-americanos (que creditam a façanha aos irmãos Wright), é consagrado pelo restante do mundo como o inventor do avião.

Sem assalto

A cena vista por voluntários e trabalhadores que acompanharam o teste final – um adolescente que roubaria a modelo Gisele Bündchen para, em seguida, se abraçar a ela – não fará parte do roteiro, segundo Meirelles (o diretor nega ter mudado o texto e diz que se tratou de uma ‘pegadinha’).

O que é possível esperar é por um show de elasticidade e movimentos comandado pela premiada coreógrafa Deborah Colker, que várias vezes se inspirou no esporte para suas montagens e trabalhou com o Cirque du Soleil.

Ponto marcante da festa, o acendimento da pira ainda está envolvo em mistério. Se os principais candidatos a acionar o fogo olímpico são conhecidos: Pelé, liberado pelos médicos para a cerimônia, e Guga, resta saber de que forma a chama irá do Maracanã ao pier da Praça Mauá, onde foi montada a pira que arderá até o dia 21, quando os Jogos chegarão ao fim.


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A expectativa e o segredo sobre quem acenderá a pira olímpica fazem parte da tradição dos Jogos Olímpicos. No Brasil, o nome de Pelé, eleito o Atleta do Século e considerado o maior jogador de futebol de todos os tempos, sempre foi apontado como um dos favoritos. Esta semana, o Rei do Futebol confirmou que foi convidado, mas não revelou que será o responsável pela cena mais emblemática da festa desta sexta-feira no estádio do Maracanã.

Pelé alega que possui “compromissos profissionais” e depende da negociação da agenda de um deles para estar no Maracanã. Houve quem afirmasse que o motivo seria outro: um dos patrocinadores do ex-jogador é concorrente de um dos parceiros do Comitê Olímpico Internacional (COI) e isso inviabilizaria a participação dele na festa, cujas imagens serão vistas ao vivo por pelo menos três bilhões de pessoas do mundo todo.

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O Rio-2016 nega essa versão. O Comitê Organizador confirmou o convite e informou que já sabe se poderá contar ou não com Pelé nesta sexta-feira. Nos bastidores, comenta-se que a revelação do convite por parte de Pelé foi para preservar o presidente do Comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, de quem Rei do Futebol é amigo. O receio é de que sua eventual ausência causasse críticas à organização.

Atleta brasileiro mais reverenciado no mundo, Pelé é o principal nome dos organizadores. “É preciso ser alguém conhecido”, justificou Abel Gomes, diretor artístico da cerimônia.

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