Em um momento da caminhada do Atlético nesta Série A do Campeonato Brasileiro, o meia Hyoran, de 27 anos, que está no clube emprestado pelo Palmeiras, virou uma espécie de símbolo de futebol ruim no time de Jorge Sampaoli.
O gol que abriu o caminho para a vitória (2 a 0) fundamental sobre o vice-lanterna Coritiba, no último sábado (26), no Mineirão, ou até mesmo os números, ficam de lado, quando se recorre às últimas partidas do Galo na competição e percebe-se que ele se transformou na peça mais confiável do recheado meio de campo do treinador argentino.
Os concorrentes diretos de Hyoran são Nathan, o argentino Zaracho e o garoto Calebe. O primeiro chegou a ser o principal jogador do time de Sampaoli no início da trajetória do treinador na Cidade do Galo. Mas logo na terceira rodada do Brasileirão sofreu uma lesão muscular séria, nos 3 a 2, de virada, sobre o Corinthians, quando marcou o terceiro gol após Hyoran fazer os dois primeiros. Desde então, perdeu espaço com uma clara queda de produção.
Zaracho é a contratação mais cara da história atleticana. O clube pagou US$ 6 milhões (cerca de R$ 31 milhões), mas a promessa do Racing, da Argentina, ainda não conseguiu mostrar com a camisa alvinegra o mesmo talento apresentado na equipe de Avellaneda.
Revelação do São Paulo, mas que veio ao Galo por empréstimo, o garoto Calebe, do sub-20, ganhou chance com Sampaoli nos dois últimos jogos, mas decepcionou. Diante do Coritiba, entrou no primeiro tempo, com a lesão muscular de Zaracho, e saiu na etapa final, para a entrada de Alan Franco.
Volantes
Nem os volantes, que já foram figuras de destaque no time atleticano, conseguem chegar à reta final do Brasileirão com uma avaliação tão favorável como a de Hyoran.
Jair, titular absoluto, convive com lesões musculares e não consegue ter regularidade. Allan, o outro primeiro volante do time, se perde em vários momentos pelo desequilíbrio emocional, como aconteceu, por exemplo, na derrota de 3 a 0 para o São Paulo, no último dia 16, no Morumbi.
Alan Franco, entre os três volantes, é o que tem características mais ofensivas. Viveu um grande momento no turno, mas é o jogador que mais sofreu com a Covid-19, que pegou quando foi defender o Equador, nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022, e a questão física parece ser uma barreira para ele voltar à condição de titular.
Assim, o Atlético entra na reta final do Brasileirão cada vez mais com a certeza de que a trinca de meio-campo de Jorge Sampaoli é Hyoran e mais dois. E o “Galinho feio” do setor, que está emprestado até o final de fevereiro, com parte dos direitos econômicos fixados em valor não revelado pelos clubes, vira peça fundamental na briga para transformar em realidade o sonho do título.