O mineiro Glover Teixeira enfrenta neste sábado (26) o maior desafio de sua carreira nas Artes Marciais Mistas (MMA). Natural da pequena Sobrália, no leste do estado, Glover encara a lenda norte-americana Quinton Rampage Jackson, pelos pesos meio-pesado (até 93kg), na co-luta principal do UFC on FOX 6, que será disputado em Chicago (EUA) a partir das 23 horas (de Brasília).

Ao contrário da maioria dos lutadores, Glover começou sua carreira nos Estados Unidos, mas ilegalmente, mesmo assim ele conseguiu construir seu nome, antes de ser descoberto que estava ilegalmente no país. Ao todo, ele fez nove lutas, com sete vitórias e duas derrotas, mas teve de ser deportado.

De volta ao Brasil, o mineiro manteve a forma e conquistou apenas vitórias, no total nove triunfos consecutivos o que o credenciou a voltar a lutar em palcos internacionais, na austrália. Mas, apenas no ano passado que Glover chamou a atenção da maior franquia de MMA do mundo e acabou sendo contratado pelo UFC como um dos lutadores mais promissores da categoria até 93kg.

Com sua documentação em dia, o mineiro voltou aos Estados Unidos para estrear na organização, em maio de 2012. E em apenas 1min53s ele finalizou Kyle Kingsbury, mostrando porque é visto como um possível pretendente ao cinturão de Jon Jones. No segundo confronto pelo UFC um duelo contra outro brasileiro, o UFC Rio 3, foi a vez de Glover derrotar o sorocabano Fábio Maldonado por nocaute técnico.

Mas é a luta de hoje que pode elevar o nome do mineiro a um patamar mais alto, já que será seu primeiro adversário renomado e que pode colocá-lo entre os melhores da categoria. “Com certeza ele é o adversário mais conhecido que eu enfrento, mas não sei se o mais complicado”, disse Glover, que quer aproveitar a oportunidade para seguir vencendo.

“Com certeza essa é uma grande oportunidade pra mim. Cada vitória me aproxima um pouco do título, e neste caso seria uma vitória contra um cara conhecido em todo mundo. Quero aproveitar a chance, mas ainda não penso no cinturão, sei que se continuar vencendo terei a minha chance de disputar o título”, planeja Glover.

Na luta principal de hoje, Demetrious Johnson e John Dodson duelam pelo cinturão da categoria peso mosca (até 57kg). E fechando os confrontos quem merecem destaque, Donald Cerrone encara Anthony Pettis em uma luta que pode definir o próximo desafiante ao cinturão dos pesos leves (até 70kg), que tem como dono Ben Henderson. Além disso, ainda nas preliminares, o belo-horizontino Rafael Sapo encara Sean Spencer.


Veja abaixo a entrevista exclusiva completa de Glover Teixeira


Essa é a luta mais importante na sua carreira, você está pronto para enfrentar o Rampage Jackson, que é uma lenda do MMA?

Com certeza ele é o adversário mais conhecido que eu enfrento, mas não sei se o mais complicado. Treinei super bem para essa luta. O Lyoto Machida me ajudou bastante no camp (período de treinamento), e me sinto super preparado para enfrentar o Rampage.


Como você avalia sua preparação? Houve alguma preparação diferente para esta luta?

Foquei meus treinos no striker, wrestling e jiu-jitsu. Estou super bem preparado e sei que ele também estará. Não mudei nada na minha preparação, treinei todos os pontos fortes do meu jogo e para isso contei com a ajuda dos melhores do mundo. Além do Lyoto, também me ajudaram na preparação o Chuck Lidell e o pessoal de Manguinhos(RJ) que me deram um cansaço em todos os treinos.
 

O Rampage é conhecido pelas mãos pesadas, assim como você, isso significa que será uma luta franca?

Em cima do octógono estarei preparado para tudo que acontecer. Em pé, a luta é bem equilibrada, mas se ele der brecha treinei muito o meu wrestling e meu ground and pound, além disso tenho um jiu-jitsu classe A. Por isso, caso consiga botar para baixo, a luta fica boa pra mim. Mas não preparei nada em especial, vamos ver o que acontece.
 

Uma vitória contundente, pode te colocar entre os principais lutadores da categoria meio-pesado (até 94 kg), e provavelmente te aproximar de um titleshot (tiro ao título), como você vê isso?

Eu não penso nisso ainda. Com certeza essa é uma grande oportunidade pra mim. Cada vitória me aproxima um pouco do título, e neste caso seria uma vitória contra um cara conhecido em todo mundo. Quero aproveitar a chance, mas ainda não penso no cinturão, sei que se continuar vencendo terei a minha chance de disputar o título.
 

Você é um pupilo do Chuck Lidell, quanto isso te ajuda na carreira? E para essa luta, ele te deu alguma dica, já que enfrentou o Rampage duas vezes?

Ele falou muito do timing do Quinton. Sobre como ele prepara os ataques mais fortes. Todo lutador dá dicas de quando vai soltar um golpe. Além disso, ele também falou sobre o wrestling, já que o Rampage gosta muito da trocação ele tem uma boa defesa de queda para se manter de pé.
 

Você vem de uma sequência de 17 vitórias e não sabe o que é perder desde 2005, mas ultimamente vários lutadores que tinham uma grande sequência invicto acabaram sendo derrotados. Isso serviu como um alerta?

Acho que eles perderam por enfrentar lutadores que souberam aproveitar seus descuidos, no meu caso isso não muda nada na minha forma de lutar. O MMA é um esporte que o melhor pode perder, é só ele vacilar uma vez. Um golpe bem encaixado normalmente derruba e pode até mesmo acabar com a luta. Por isso, não vou descuidar em nenhum momento e se tiver a oportunidade foi nocauteá-lo ou finalizá-lo.

 
O Rampage é um lutador que gosta de provocar os adversários o que você pensa sobre isso?

Eu não ligo para provocações. Ele tem boca e fala o que quer. Pra mim é muito diferente falar de fazer. E é no octógono nós vamos resolver tudo. Lá, nada do que ele falou ou deixou de falar vai mudar minha estratégia. Espero levar pra Sobrália mais uma vitória, e orgulhar o pessoal que apoia no Brasil todo. Agradeço a cada mensagem que recebo diariamente dos fãs e prometo dar o meu melhor.

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