O ministério das Comunicações admitiu que o sistema 4G, uma exigência da Fifa, não está funcionando 100% nos seis estádios que estão recebendo a Copa das Confederações, e creditou o problema ao atraso nas obras e o pouco tempo que o governo teve para implantar os serviços de telecomunicações nas arenas. Para evitar que o mesmo aconteça na Copa do Mundo de 2014, o governo reconheceu que terá de mudar o planejamento.
Até o secretário executivo do ministério das Comunicações, Cezar Alvarez, teve problemas para usar o celular dentro do Maracanã, antes de participar de entrevista coletiva nesta quarta-feira. "Agora há pouco eu mesmo tive problema com meu sinal. Vou sair daqui diretamente para conversar com a empresa contratada (no caso do Maracanã, a Oi)", disse Alvarez. "Há problemas, sim, no 4G, na área do entorno do estádio e dentro, no momento de maior frequência", admitiu.
Por conta disso, uma reunião será realizada entre o governo e a Fifa em Belo Horizonte, no dia 26, dia da semifinal entre o primeiro colocado do Grupo A e o segundo do B, no Mineirão. O secretário adiantou uma das exigências para o Mundial: as instalações de telecomunicações não podem ficar para o último momento, como foi antes da Copa das Confederações. "Em Recife, por mais de dez vezes as obras no entorno cortaram nossa fibra, e não foi só lá", disse Alvarez.
No Maracanã, por exemplo, por causa dos constantes atrasos do governo do Rio para entregar o estádio, as empresas só tiveram 47 dias para implantar o sistema - o prazo mínimo necessário era de 120 dias. "A instalação das telecomunicações tendeu a ser a última coisa. Mas aprendemos e estou mais tranquilo em relação à Copa do Mundo", afirmou o secretário executivo do ministério. Nos dois jogos realizados no Maracanã até agora (o amistoso Brasil 3 x 0 Inglaterra e Itália 2 x 1 México, pela Copa das Confederações), torcedores e imprensa tiveram problemas para se comunicar e acessar pacotes de dados pelo celular.
Alvarez reconheceu que a rede 4G "não tem se mostrado plenamente satisfatória" no entorno e dentro dos estádios. O diretor de comunicação do Comitê Organizador Local (COL), Saint-Clair Milesi, completou: "É por isso que o COL e a Fifa reforçam o prazo de entrega dos estádios", de seis meses antes da competição. O Maracanã, por exemplo, foi entregue à Fifa dias antes do início da Copa das Confederações, ainda inacabado, principalmente no entorno.