A Hungria não era a mesma das lendas Púskas, Czibor e Kócsis. Mas ainda detinha um craque europeu na sua linha. Com Florián Albert no ataque, o selecionado europeu enfrentava, há exatos 50 anos, o Atlético no Mineirão. Empate amistoso de 2 a 2, com gols de Amauri e Lola, num 30 de janeiro de 1969.
O Galo, diante de 40 mil pagantes, mostrou "a fibra de sempre", segundo destaque do Jornal do Brasil do dia seguinte (31 de janeiro). Muito por conta do fato de ter terminado o primeiro tempo perdendo por 2 a 0 e, no segundo tempo, se recuperado para empatar o jogo. No fim, o próprio Albert foi expulso de campo após entrada dura.
"Aos 28 minutos, Alberto foi expulso de campo após entrada violenta em Lola. Saiu de campo sob vaias", informou o Jornal do Brasil, lembrando também que o empate do Atlético aos pés de Lola fizeram os húngaros adotarem um jogo mais físico e violento.
Apesar da participação negativa no Mineirão, Albert se aposentaria dos gramados como lenda da Hungria. O maior jogador do país após a geração assombrosa de Púskas. Seria medalha de bronze em 1960, depois alcançaria a artilharia da Copa do Mundo de 1962 no Chile. Quando enfrentou o Atlético, já havia sido campeão da Taça das Feiras (percussora da Liga Europa) pelo único clube que defendeu na carreira - Ferencváros.
Ainda conquistou a artilharia da Liga dos Campeões em 1966 e novamente artilheiro da Taça das Feiras do ano seguinte, o seu principal como jogador. Ao fim de 1967, se tornaria o único húngaro vencedor da Bola de Ouro da France Football, o mais prestigiado prêmio individual do futebol antes do prêmio de melhor do mundo da Fifa. Nas suas aventuras ao Brasil, quase jogou no Flamengo, treinando alguns dias na Gávea.
A escalação do Atlético tinha futuros campeões do brasileiro de 1971 e era comandado pelo polêmico e vencedor Yustrich. O time: Mussula; Vânder, Grapete, Djalma Dias e Cincunegui (Oldair); Vanderlei Paiva e Amauri Horta; Ronaldo, Vaguinho, Lola (Lacy) e Tião - Tec: Yustrich