Hora da verdade: salvadores da pátria, Tite e Osorio fazem duelo decisivo nas oitavas da copa 2018

Frederico Ribeiro
ENVIADO ESPECIAL
01/07/2018 às 20:38.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:07
 (AFP)

(AFP)

SAMARA (Rússia) – No jogo das palavras, dificilmente um confronto entre os treinadores Tite, do Brasil, e Juan Carlos Osorio, do México, teria um vencedor, e isso ficou mais uma vez evidente nas suas entrevistas de ontem. Educados e de frases claras, carregam a coincidência de serem personagens de enredos idênticos, pois assumiram suas respectivas seleções com a missão de salvar a pátria nas Eliminatórias para a Copa da Rússia.

O objetivo foi alcançado, e até acima das expectativas, pois brasileiros e mexicanos não viveram o sofrimento que se desenhava no início de suas qualificatórias. Nesta segunda-feira (2) eles se encontram na Arena Samara, às 11h (de Brasília), pelas oitavas de final do Mundial de 2018, na primeira partida de mata-mata de Tite à frente da Seleção. E nesse confronto direto, cada um entra com uma responsabilidade diferente nas costas, que tem a Copa de 1990 como pano de fundo.

O Mundial da Itália foi o último que não contou com o México e também a única queda brasileira nas oitavas, diante da Argentina.
Nas últimas seis edições da Copa, as oitavas contaram com Brasil e México. Mas a fase tem um significado muito diferente para cada lado. Os brasileiros sempre se classificaram, em algumas situações até com goleadas. Para os mexicanos, ela carrega o sinônimo de fim de linha.

TÁTICAS

Deixando o jogo das palavras de lado e entrando no tático, cada treinador arma seu time pensando primeiro em anular a maior virtude rival. Essa disputa gerou até polêmica, pois no último sábado o jornal mexicano “Record” fez uma matéria dizendo que Osorio teria contado com a ajuda de Luiz Felipe Scolari, treinador brasileiro no penta, em 2002, e nos 7 a 1, em 2014, numa conversa sobre como parar o Brasil, informação desmentida pela assessoria de Felipão.

De toda forma, a dica de uma marcação alta, para forçar o erro brasileiro na saída de bola, sendo ou não de Felipão, aparece mesmo como a tática de Osorio, que ontem garantiu ser o Brasil o melhor time do mundo, mas que terá pela frente um México ofensivo, com pelo menos cinco jogadores de presença no ataque, o que permite justamente a marcação alta.

Essa opção mexicana, que estreou na Copa fazendo 1 a 0 na Alemanha, num jogo em que poderia ter feito mais, tem ligação com a decisão de Tite em manter Fágner e Filipe Luís como os laterais do Brasil, com Danilo e Marcelo, que começaram o torneio como titulares, mas sofreram contusões na fase de grupos, ficando na reserva.

O time de Osorio tem um contra-ataque poderoso e os laterais reservas do Brasil marcam melhor, numa demonstração clara de respeito ao adversário dada por Tite.

Este jogo de xadrez será a chave para a vitória neste Brasil e México. E a cautela do treinador da Seleção faz sentido, pois dos quatro campeões mundiais neste século, Itália (2006), que nem foi à Rússia, Espanha (2010) e Alemanha (2014) já estão fora da disputa.

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