Ídolo nos anos 70 e 80, Kempes analisa atual seleção argentina e relembra Brasil de 1982

Henrique André
30/06/2019 às 17:22.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:20

(Reprodução/Youtube)

Um dos personagens principais da Argentina na Copa do Mundo de 1978, quando a seleção anfitriã levantou seu primeiro caneco da competição mais importante do planeta, o ex-atacante Mario Kempes marcou o nome na história. Há três anos, inclusive, foi incluído no time de todos os tempos, montado pela Associação do Futebol Argentino (AFA).

Primeiro atleta agraciado com a Bola de Ouro da Fifa, como o melhor da Copa de 78, Kempes encerrou aquela edição com o título e também como artilheiro; ele anotou seis gols. 

Em entrevista ao Hoje em Dia, concedida na última semana, antes do duelo contra a Venezuela, o hoje comentarista de TV na Argentina respondeu como foi atuar ao lado de Diego Armando Maradona e qual a sensação de, fora das quatro linhas, analisar o desempenho de Messi.

“Isso que vou contar é algo gracioso. Eu joguei com Maradona e para mim foi fenomenal. Hoje, analiso o Messi no dia a dia e o vejo como um atleta espetacular. Graças a Deus, temos os dois últimos jogadores melhores do mundo na Argentina”, disse o ex-atacante. “Não posso comparar os dois, pois Maradona foi o melhor e, hoje, este posto é de Messi”, acrescentou. 

Sobre o desempenho da albiceleste na primeira fase da Copa América, Kempes não viu com bons olhos o início de campanha em solo tupiniquim. “Nos dois primeiros jogos (Colômbia e Paraguai) não se viu nada positivo, mas no terceiro (Catar) sim, pois foi possível notar algumas ideias interessantes. Scaloni optou por um atacante à frente de Messi e cada jogador fez o que tinha de fazer. Eles se soltaram e procuraram atuar como fazem em suas equipes”, analisou o ex-jogador.

“Não se pode encostar o treinador na parede com a história de “se conquista dois bons resultados segue, se não for o caso muda-se”. Foi o que fizeram com Scaloni que, a princípio, está garantido apenas para esta Copa América. Isso não é bom para a seleção”

Em relação ao futebol apresentado por Messi até o momento, Kempes diz que não se deve falar de herois, pois estes não existem no futebol. “Ele segue refletindo o jogo que fez dele o melhor do mundo. Mas aqui o sucesso depende de toda a equipe, pois ela é quem ganha ou perde e uma eventual boa campanha na competição depende de todos”, comentou.

Copa de 1982

Presente também na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, “El Toro” afirma que a ambição foi o grande pecado do Brasil comandado por Telê Santana.

“Aquela seleção foi espetacular, e se não fosse a ambição de querer ganhar por mais gols de diferença teria chegado tranquilamente à final. Quiseram atropelar uma Itália que colocou as palmas das mãos no peito (expressão argentina que quer dizer recuar), mas levou o jogo”, finalizou o protagonista de 1978, que no dia 15 completa 65 anos de idade.

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