Ídolos aposentados trabalham nos bastidores e inspiram seleções na Copa do Mundo de 2018

Frederico Ribeiro*
Enviado especial à Rússia
29/06/2018 às 00:22.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:04
 (YURI CORTEZ/AFP)

(YURI CORTEZ/AFP)

MOSCOU – “Estou junto de uma lenda”. Um dos artilheiros da Copa do Mundo, Romelu Lukaku tem um professor especial na Seleção da Bélgica. Thierry Henry, aquele que o centroavante não conseguia ver pela televisão por falta de dinheiro na infância, é agora seu conselheiro.

Auxiliar técnico dos Diabos Vermelhos, o ex-craque francês é uma das figuras memoráveis das Copas e se transformou, nos bastidores, uma inspiração para um dos melhores ataques da fase de grupos deste Mundial. Afinal, o maior artilheiro da história do Arsenal foi carrasco do Brasil nas quartas de final em 2006 e coadjuvante importante no único título da França, há 20 anos.

Thierry teve um grande papel. Ele tem a experiência de ter vencido uma Copa do Mundo, e isso não tem preço para nós. Vamos ter que romper barreiras psicológicas, e ele nos ajuda muito nisso”Roberto Martínez,técnico da Bélgica

Aquela edição de 1998 também traz outros personagens para o Mundial na Rússia. O Brasil, por exemplo, tem o ex-goleiro Taffarel como o responsável pelos treinos de Alisson, Enderson e Cássio. E, durante a caminhada na Rússia, o tetracampeão pode se encontrar com mais um finalista naquele ano, o técnico francês Didier Deschamps.

Retornando às referências ofensivas, enquanto a Argentina é regida por Diego Maradona nas arquibancadas, no campo, Messi e companheiros recebem as orientações de um outro herói do título de 1986. 

O ex-atacante Jorge Burruchaga, que marcou o gol do bicampeonato no México, é o atual diretor executivo da Albiceleste. Ele, inclusive, foi cotado para assumir o cargo no lugar de Jorge Sampaoli durante a crise interna da equipe após a goleada para a Croácia.

Os eslavos também seguem um modelo caseiro para continuar a boa campanha ofensiva. O time da camisa xadrez é supervisionado em seu mais alto posto por Davor Šuker, maior nome da história do país em Copas. O artilheiro da edição de 1998 ocupa hoje o cargo de presidente da Federação Croata de Futebol.

Segunda colocada no grupo da França, a Dinamarca se classificou tendo o ex-atacante Jon Dal Tommason como auxiliar do treinador Åge Hareide. Maior artilheiro da história da “Dinamáquina”, ele disputou as Copas de 2002 e 2010.

No Mundial da África, uma das maiores ausências foi a do volante Esteban Cambiasso. Esquecido pelo então técnico Maradona depois de ter vencido a Champions League, o carequinha até hoje se lamenta. A “compensação” veio neste ano, pois ele faz parte da comissão do técnico José Pékerman na seleção da Colômbia.

Adeus precoce

Outro que também possui um cargo diretivo em seleções que viajaram para a Rússia é o polonês Zbigniew Boniek. Ex-craque da Juventus e um dos maiores jogadores da seleção, ele é o atual presidente da federação de futebol do país.

Na Copa, viu a nação que agora idolatra Lewandosviski ser cabeça de chave e acabar eliminada antes de completar a terceira rodadas dos grupos, com duas derrotas e um triunfo inútil sobre o Japão. “Somos uma família, perdemos e ganhamos juntos”, declarou o ex-atacante.

Quem também voltou mais cedo para casa, mas está em todos os livros sobre a Copa do Mundo, é Miroslav Klose. Maior artilheiro da história da competição com 16 gols, o aposentado centroavante dos 7 a 1 de 2014 foi o auxiliar de Joachim Löw na seleção alemã. Sem o ex-camisa 11 no ataque, os germânicos protagonizaram uma eliminação vexatória.

Para completar esta lista de despedidas precoces, o holandês Mark Van Bommel, finalista da Copa de 2010, foi o ajudante do técnico Bert van Marwijk na seleção da Austrália. O volante aposentado mal terá tempo de descansar, pois já se comprometeu a treinar o PSV logo após a Copa.

*Colaborou Cristiano Martins

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