A novela da venda do Estádio Brinco de Ouro, em Campinas, ganhou mais um capítulo na última segunda-feira (18). Representantes da empresa gaúcha Maxion, que arrematou o patrimônio em leilão da Justiça Trabalhista, e da Magnum, parceira do time campineiro que também tem interesse na compra da área, estiveram na Assembleia Geral de Sócios para apresentar propostas e conversar com sócios sobre os benefícios para o clube. Um representante da Justiça acompanhou a reunião.
A conversa foi tratada em tom informal, pois o tema não estava na pauta da Assembleia, que teve a prestação de contas da Série A2 do Campeonato Paulista como tema central.
Claudio Zaffari, representante da Maxion, apresentou uma proposta na qual oferece a construção de uma arena com 12 mil lugares, com possibilidade de expansão, uma nova sede social e um centro de treinamento. Todos no mesmo terreno. A empresa teria que contar com a ajuda da Prefeitura de Campinas para encontrar o espaço para a construção.
Além disto, a proposta mostra um aporte financeiro de R$ 300 mil mensais por um ano e meio. A juíza Ana Claudia Torres Vianna, da Justiça do Trabalho, assumiu um compromisso de destinar parte do valor do arremate - R$ 105 milhões - para a compra de um terreno e do aporte financeiro mensal.
No dia 30 de março, a Justiça do Trabalho aceitou a oferta da Maxion, que se dispôs a pagar 30% do valor total à vista - algo em torno de R$ 31,5 milhões. O restante será pago em 12 parcelas de R$ 6,1 milhões. Antes do leilão, a juíza Ana Claudia Torres Vianna declarou que não aceitaria menos que R$ 126 milhões, valor mínimo imposto para que o leilão ocorresse. A Maxion, porém, foi única empresa a fazer uma oferta oficial.
Mais tarde, Roberto Graziano, presidente do Grupo Magnum, falou sobre a oferta apresentada à Justiça do Trabalho nesta terça-feira. O empresário afirmou que em troca do Brinco de Ouro, o Guarani receberá um estádio com capacidade mínima de 20 mil lugares, um clube social e um centro de treinamentos. O clube social seria construído na área na área de propriedade do clube às beiras da Rodovia dos Bandeirantes, que também está penhorada na Justiça.
O estádio seria construído com os recursos que "sobrarem" depois destes investimentos. O grupo se comprometeu a colocar R$ 360 mil, por mês, e pagamento de R$ 70 milhões para quitar ações executadas na Justiça Trabalhista. Para que o Guarani aceite a proposta da Magnum, contudo, é necessário que a Justiça Trabalhista anule o leilão do último dia 30 de março.