A Interpol suspendeu seu programa de cooperação com a Fifa e que, por anos, tentou atacar a manipulação de resultados e o envolvimento do crime organizado no futebol. A decisão de se afastar da entidade máxima do futebol vem dias depois que a Interpol colocou em seu alerta vermelho cartolas e dirigentes do futebol, foragidos desde que o FBI lançou uma operação contra a corrupção no futebol.
Em um comunicado, a organização policial com sede em Lyon indicou que recebeu US$ 20 milhões (aproximadamente R$ 62 milhões) nos últimos dez anos para criar um programa de combate ao crime dentro do futebol. "Decidi suspender o acordo", declarou nesta manhã de sexta-feira (12) o diretor da Interpol, Jurgen Stock. Para ele, qualquer acordo entre a entidade e outros parceiros deve seguir os "princípios" da Interpol.
Nos últimos quatro anos, o programa conjunto da Interpol e a Fifa "contribuiu para prevenir a manipulação de eventos esportivos pelo crime organizado".
Em resposta, a Fifa emitiu um comunicado, alertando que estava "decepcionada" com a decisão da Interpol de abandonar o acordo. "O sucesso do programa não tem relação com os problemas atuais afetando a Fifa e acredita que essa decisão unilateral terá um impacto negativo na luta contra o crime organizado", indicou a organismo que controla o futebol mundial.
Além da prisão de dirigentes da Fifa, o escândalo recente revelou que Joseph Blatter havia pago 5 milhões de euros (cerca de R$ 17 milhões) a cartolas da Irlanda para que esquecessem o gol irregular de Thierry Henry, em 2009, e que tirou a seleção do país da Copa do Mundo de 2010.
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