Invicto há seis anos, francês Teddy Riner luta pela medalha de ouro no judô

Estadão Conteúdo
12/08/2016 às 07:30.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:19
 (AFP)

(AFP)

Porta-bandeira da França na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, Teddy Riner vai entrar nesta sexta-feira no tatame da Arena Carioca 2 para manter a sua invencibilidade de seis anos. Com 2,03 metros de altura e 139 kg, ele não sabe o que é perder um combate há muito tempo e no caminho para seu segundo ouro olímpico pode estar o brasileiro Rafael Silva, o Baby. Pelo chaveamento da categoria acima de 100 kg, eles podem se cruzar em uma eventual quartas de final.

Aos 27 anos, o francês tem oito títulos mundiais e acumula 95 lutas sem derrota. Em uma categoria marcada por atletas grandes, mas algumas vezes com pouca agilidade por causa do elevado peso, Riner consegue reinar absoluto e é favorito ao ouro no Rio. Recentemente, ele manifestou a sua ansiedade para entrar em ação. “Não vejo a hora de lutar”, disse o atleta.

Ele conquistou dois de seus títulos mundiais no Rio, em 2007 e 2013, e, apesar de ter sete duelos contra Baby na carreira, todos com vitória, ele elogia o rival. “O Rafael é um adversário muito forte, ainda mais estando em sua casa. Ele vai estar com vontade de provar que pode também ganhar essa medalha”, afirmou.

Riner vai estrear contra o vencedor do duelo entre Temuulen Battulga, da Mongólia, e Mohammed Amine Tayeb, da Argélia. Se o francês vencer, já estará nas quartas de final. Já Baby vai encarar em sua primeira luta Ramon Pileta, de Honduras. Se passar, pega o vencedor do confronto entre Daniel Allerstorfer, da Áustria, e Renat Saidov, da Rússia.

Neste cenário, se o brasileiro ganhar seus dois combates, estará nas quartas de final tendo o invicto Riner como adversário. “Não é a primeira vez que podemos nos enfrentar, mas em cada oportunidade é preciso zerar a contagem. Se a gente se enfrentar, será nas quartas e, se isso acontecer, espero que seja um belo encontro”, avisou.

Para Baby, não tem muito o que pensar sobre as possibilidades do chaveamento. Ele sabe que o francês é o judoca a ser batido na categoria dos pesados e que não tem muita escolha se quiser sonhar com o ouro olímpico. “Não faz muita diferença o confronto ser nas quartas, sei que teria de enfrentá-lo do mesmo jeito. É sair na porrada e ir para cima dele”, comentou.

Para fazer frente a esse gigante nascido em Guadalupe, ilha francesa no Caribe, Rafael Silva fez um trabalho especial para ganhar mais massa magra, reduzir o porcentual de gordura, a fim de ter uma massa de peso que consegue se movimentar. Isso, em uma categoria com atletas lentos, pode ser fundamental para se chegar às vitórias.

Baby sabe que as dificuldades de enfrentar Riner são enormes. “Acho que ele mudou bastante o jeito da categoria, é um cara mais dinâmico, ele movimenta bastante, o pesado mudou bastante por causa disso. Acho que ele puxou a categoria a estar mais diferente e todo mundo agora está tentando ganhar dele”, explicou.

Ele terá chance de fazer história, caso contrário vai para a disputa do bronze. E se preparou para isso. “Ele é o alvo da categoria. Todo atleta quer ganhar dele, mas ao mesmo tempo tenho de me preparar. Tenho trabalhado bastante a disputa de pegada, a movimentação, e vou tentar ir para cima dele com tudo isso. Mas, antes dele, outros adversários”, disse o atleta, que foi bronze em Londres.

No feminino, Maria Suelen Altheman também estará nesta sexta-feira no tatame. Ela estreia contra a sul-coreana Minjeong Kim e poderá cruzar contra a campeã olímpica Idalys Ortiz nas quartas de final.

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