Ipatingão: elefante branco perdido no Vale do Aço
(Leonardo Morais/Hoje em Dia)
IPATINGA - Depois de ver o principal time da cidade se mudar para Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a prefeitura de Ipatinga, no Vale do Aço, tenta evitar que o Ipatingão, que nos últimos 15 anos se acostumou a receber jogos nacionais e internacionais, se transforme num elefante branco. Com problemas de infiltração e com o gramado infestado de pragas, a administração do estádio descartou a possibilidade de jogos no primeiro semestre.
Tanto que a diretoria do Tombense, que havia programado seus jogos do Estadual para Ipatinga, o primeiro deles dia 6, contra o Atlético, já foi informada por meio de ofício sobre a situação do estádio.
“Ainda esta semana vamos receber uma empresa que fará uma análise de quanto tempo e qual o valor necessário para recuperar o gramado. Depois, será aberto um processo licitatório para conhecermos quem vai executar o serviço”, informa o chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Esportes, Fernando Rocha. A reforma do gramado deve durar cerca de três meses.
Segundo Rocha, além das pragas, o gramado está compactado, os aspersores do sistema de drenagem estão danificados e o sistema automático que liga a irrigação foi roubado.
“No mês passado, o estádio ainda recebeu peladas com pessoas jogando descalço e com tênis, o que não é ideal para um gramado de primeira linha como é o do Ipatingão”, denuncia Rocha.
COPA DO MUNDO
Em 2009 o estádio passou por reformas estruturais. Além de oferecer melhor qualidade para jogos do Campeonato Mineiro as melhorias visavam a Copa de 2014. Ipatinga é candidata a sub-sede. A antiga grama Batatais foi substituída pela moderna Bermuda Tifway 419. Nas arquibancadas de cimento foram instaladas cadeiras.
No entanto, nem parece que o estádio, que durante a reforma do Mineirão e Independência recebeu várias partidas de Cruzeiro e Atlético, além dos confrontos do Ipatinga até o fim do ano passado, foi alvo de reformas recentes. Além da grama em péssimo estado, os vestiários estão com infiltrações por toda parte. Canos do sistema hidráulico estão comprometidos.
No mês passado, por causa de um vazamento, a prefeitura teve que desembolsar R$ 52 mil para quitar a conta de água. “Inicialmente estranhamos, porque o estádio já não estava recebendo jogos. Depois descobrimos um vazamento”, lamenta Fernando Rocha.