Jogadores da seleção olímpica jogam mais no Brasil do que na Europa

Folhapress
09/10/2015 às 14:05.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:00
 (Bruno Cantini)

(Bruno Cantini)

Embora a falta de ritmo seja preocupação do técnico Dunga para a Olimpíada por causa da ausência de campeonatos sub-20 ou sub-23 no Brasil, os atletas da seleção brasileira olímpica que atuam em clubes nacionais entraram em  campo mais vezes neste ano que os jogadores da seleção que defendem clubes europeus. Em preparação para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, a seleção brasileira sub-23 enfrenta nesta sexta-feira (9), às 21h, a República Dominicana, na Arena Amazônia, em Manaus, em amistoso internacional.

Segundo Dunga, jogadores sub-23 que atuam na Europa estão mais preparados porque jogam mais, em campeonatos sub-20 ou sub-23 que não existem no Brasil. Curiosamente, no entanto, dos 22 atletas convocados (13 de times do país e nove de fora) pelo treinador, os sete que mais atuaram por seus clubes em 2015 jogam em times brasileiros.

O meia Valdivia, do Internacional, e o atacante Luan, do Grêmio, são os jogadores da lista que mais defenderam os suas equipes neste ano: 48 vezes. O terceiro, que é o atacante Gabriel, do Santos, jogou 47 partidas. Walace, do Grêmio, está em quarto, com 42 jogos. Outro atacante, Vitinho, do Internacional, é o quinto, com 41 jogos, empatado com o lateral Douglas Santos, do Atlético. O zagueiro Lucão, do São Paulo, é o sétimo. Atuou em 36 jogos em 2015.

O lateral Wendell, do Bayer Leverkusen, e o meia Felipe Anderson, da Lazio, são os brasileiros que mais jogaram na Europa: entraram em campo 32 vezes por seus clubes.

"A grande dificuldade é que a Europa tem campeonatos sub-20 e sub-23 durante o ano inteiro. Os jogadores de lá estão atuando o tempo todo e eles têm um time pronto para as Olimpíadas", disse Dunga ao canal SporTV em 28 de setembro.

"Nós não temos esses campeonatos e isso aumenta a nossa dificuldade. Precisamos que os jogadores cheguem competitivos. Se o jogador só fica na reserva, ele chega na seleção sem ritmo de jogo de competição", disse. O goleiro Uílson, do Atlético, é o único jogador que ainda não defendeu sua equipe em 2015. Ele é reserva do titular Victor e também de Giovanni, o segundo goleiro do time mineiro.

A ausência de jogos em 2015 de Uílson, porém, é uma exceção para os convocados por Dunga que atuam em clubes do Brasil. Os demais costumam ser titulares em suas equipes e enfrentam o pesado calendário brasileiro com campeonatos estaduais, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores.

Na Europa, jogadores que não são aproveitados costumam atuar pelas equipes secundárias de seu time ou ser emprestados. É do zagueiro Rodrigo Ely, do Milan, que neste ano disputa a série B do italiano pelo Avellino. Diferentemente do que aconteceu no jogo contra a França em setembro, quando o Brasil foi derrotado por 2 a 1, os jogadores chamados para o amistoso desta sexta-feira e de segunda-feira (12), contra o Haiti, não desfalcarão seus clubes. Isso porque não haverá rodada do Campeonato Brasileiro nas datas dos amistosos.

Como Dunga estará comandando a seleção principal nas eliminatórias, Rogério Micale será o treinador nesses jogos.

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