O juiz federal Sergio Moro começou, por volta das 14h desta sexta (29), na sede da Justiça Federal em Curitiba, audiência na qual o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu é interrogado como réu em uma das ações penais da Operação "Lava Jato".
Dirceu e mais 15 investigados foram denunciados pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Além do ex-ministro, está previsto o depoimento de Gerson Almada, executivo da empreiteira Engevix. De acordo dos advogados, Dirceu não ficará calado e vai esclarecer os fatos imputados a ele.
A acusação contra Dirceu e os demais acusados se baseou nas afirmações de Milton Pascowitch, em depoimento de delação premiada. O delator disse que fez pagamentos em favor de Dirceu e Fernando Moura, empresário ligado ao ex-ministro. Segundo os procuradores, o dinheiro saiu de contratos entre a Engevix e a Petrobras e teriam passado por Renato Duque e o empresário Fernando Moura.
Dirceu está preso preventivamente desde agosto do ano passado em um presídio em Curitiba. A defesa do ex-ministro afirma que a denúncia é inepta, por falta de provas. De acordo com os advogados, a acusação foi formada apenas com declarações de investigados que firmaram acordos de delação premiada.
Delator
Ontem, o empresário Fernando Moura Hourneaux, investigado na Operação "Lava Jato", admitiu, em depoimento ao Ministério Público Federal, que prestou informações falsas durante interrogatório ao juiz federal Sérgio Moro, na sexta-feira (22).
Moura envolveu o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu em crimes investigados na "Lava Jato". A confissão ocorreu após os procuradores abrirem procedimento para verificar se o réu quebrou acordo de delação premiada.
Os procuradores pediram que Moura seja ouvido hoje, na mesma audiência em que estarão Dirceu e Gerson Almada, mas o pedido ainda não foi analisado pelo juiz.