
O atacante Luighi, do Palmeiras, foi vítima de racismo durante a vitória por 3 a 0 contra o Cerro Porteño, no Paraguai, pela Copa Libertadores Sub-20, na noite desta quinta-feira (7). Pelas redes sociais, o atleta se manifestou sobre o ocorrido e comentou: “dói na alma”.
“Dói na alma. E é a mesma dor que todos os pretos sentiram ao longo da história, porque as coisas evoluem, mas nunca são 100% resolvidas. O episódio de hoje deixa cicatrizes e precisa ser encarado como é de fato: crime. Até quando? É a pergunta que espero não ser necessária ser feita em algum momento. Por enquanto, seguimos lutando”, relatou o jovem pelo Instagram.
Racismo em campo
Durante o duelo, um torcedor imitou um macaco na direção do jogador. Luighi ficou revoltado, deixou o campo chorando e desabafou na entrevista pós-jogo ao ser questionado pelo repórter sobre como foi o jogo. Ele também sofreu uma cusparada quando ia para o banco de reservas.
“Não, não. É sério isso? Vocês não vão me perguntar sobre o ato de racismo que ocorreu hoje comigo? É sério? Até quando vamos passar por isso? Me fala, até quando? O que fizeram comigo é crime, não vai perguntar sobre isso?”, disparou o jovem.
“Vai me perguntar sobre o jogo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso? Ou a CBF, sei lá. Você não ia perguntar sobre isso né? Não ia. É um crime o que ocorreu hoje. Isso aqui é formação, estamos aqui para aprender”, completou Luighi.
O Palmeiras criticou o ato, classificado como criminoso, e atacou a impunidade, a exemplo do desabafo feito pelo garoto em entrevista após a partida.
"É inadmissível que, mais uma vez, um clube brasileiro tenha de lamentar um ato criminoso de racismo ocorrido em jogos válidos por competições da Conmebol. (...) Racismo é crime! E a impunidade é cúmplice dos covardes!", disse o clube por nota.
Já a Conmebol rejeitou os atos de racismo sofridos por Luighi. "Medidas disciplinares apropriadas serão implementadas, e outras ações estão sendo avaliadas em consulta com especialistas da área", concluiu a confederação.
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