(Instragram / Reprodução)
Pela primeira vez na história, um grupo formado por atletas militares estará presente no Desfile da Independência, em Brasília-DF. O intuito dos Ministérios da Defesa e do Esporte é oficializar a “despedida” da delegação brasileira, que viaja no fim deste mês para a Coreia, onde disputará os 6º Jogos Mundiais Militares, em outubro. Para o evento desta segunda-feira (7), 45 atletas foram escolhidos para desfilar, sendo 15 de cada Força (Exército, Marinha e Aeronáutica). Entre eles está o judoca Luciano Corrêa, atleta do Minas Tênis Clube, que, desde 2009, é 3º Sargento do Exército. Corrêa, que nasceu em Brasília, desde pequeno ia as desfiles com os pais, e adorava ver as acrobacias dos aviões. Quando entrou no Exército, aos 26 anos, sentiu-se orgulhoso por defender o país também fora dos tatames, e foi motivo de alegria na família. “Meus pais adoraram porque o Exército nos ensina vários valores para ser um bom cidadão”, conta o judoca, medalha de ouro no Pan de Toronto 2015, no Canadá. Do grupo selecionado para desfilar, pelo menos outros nove atletas militares conquistaram medalhas no Canadá. Além de Corrêa, confirmaram presença o sargento do Exército, Leonardo de Deus, ouro na natação; a sargento da Força Aérea Brasileira Juliana dos Santos, ouro no atletismo; o sargento da Marinha, Joedison de Jesus, bronze no boxe; e o sargento do Exército Bruno Lins, prata no atletismo. Atualmente, 708 militares fazem parte do Programa Atletas de Alto Rendimento, criado pelo Ministério da Defesa. Desses, 167 são de carreira militar, e outros 541 temporários. Por meio do programa, os atletas são incorporados com patentes variadas nas três Forças e têm os mesmos direitos (salariais e todos os outros) dos demais militares de graduação em serviço ativo. De acordo com a assessoria da Defesa, o Ministério investe aproximadamente R$ 15 milhões em salários para os atletas de alto rendimento. No caso de Luciano Corrêa, por exemplo, o salário líquido gira em torno de R$ 3,2 mil, além de benefícios, como plano de saúde e alimentação e hospedagem em períodos de competições. Somado a isso, a Defesa investe cerca de R$ 3 milhões por ano nos eventos esportivos nacionais e internacionais. A verba é utilizada também para aquisição de equipamentos e uniformes, entre outros itens. Continência no Pódio Uma polêmica criada durante os Jogos Pan-Americanos de Toronto foi a atitude da maioria dos atletas militares que, ao receberem as medalhas, prestavam continência à bandeira do país. Para muitos, uma forma de agradecer ao “patrocinador” – o governo – pela bolsa, e não em sinal de patriotismo. “Não fomos orientados por ninguém. Simplesmente temos orgulho de ser do Exército Brasileiro”, esclarece Luciano Corrêa. Segundo a Defesa, não houve orientação nesse sentido e os atletas foram espontâneos.