Kalil coloca fogo na política alvinegra: 'nunca precisei da caridade de ninguém'

Alexandre Simões
@oalexsimoes
28/04/2020 às 15:04.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:23
 (Reprodução/Facebook)

(Reprodução/Facebook)

A política do Atlético ganhou mais um capítulo na tarde desta terça-feira (28). Durante uma live pelo Facebook, em que tratava de assuntos relativos à pandemia pelo novo coronavírus, o prefeito Alexandre Kalil, ex-presidente do Galo, falou sobre a dívida de mais de R$ 13 milhões relativa ao meia-atacante Maicosuel, contratado por ele na metade de 2014, mas que teve o restante dos seus direitos econômicos, adquiridos à Udinese, da Itália, apenas na última segunda-feira (27), após ação de cobrança do clube italiano na Fifa.

Antes de fazer o pagamento, o presidente Sérgio Sette Câmara mandou várias indiretas a Kalil, sugerindo que a responsabilidade pela dívida era do ex-presidente, que foi o responsável pela compra do jogador, em junho de 2014, no seu último ano à frente do alvinegro.Reprodução/FacebookEm live nesta terça-feira, Alexandre Kalil disse que Maicosuel custou 3,3 milhões de euros ao Atlético, mas rendeu ao clube, além da Copa do Brasil de 2014, 3 milhões de euros entre empréstimo e venda

“O Maicosuel custou 3,5 milhões de euros ao Atlético (foram 3,3 milhões de euros). Eu comprei. E a gente podia comprar, pois tinha time, tinha título, tinha tudo. O presidente que me sucedeu (Daniel Nepomuceno), emprestou o Maicosuel para o Oriente, por 2 milhões de euros. O Maicosuel foi devolvido e vendido ao São Paulo por 1 milhão de euros. Então, o Maicosuel, além de nos dar a Copa do Brasil (2014), custou para o Atlético 300 mil euros. Essa história é real. Fui eu que fiz o negócio da compra”, afirmou Kalil.

A reportagem entrou em contato com Daniel Nepomuceno, mas ele disse que não ia se manifestar. “Não vou entrar nessa questão de Kalil e Sette Câmara. A discussão está muito mais política. Todas as dívidas estão sendo pagas em última instância, pois o Atlético vive problemas financeiros há muitas décadas”, afirmou o ex-presidente alvinegro.

Segundo o ex-presidente atleticano, a responsabilidade pelo débito não pode ser dada a ele: “Emprestaram o Maicosuel, mas não pagaram ele. Venderam o Maicosuel, não pagaram ele, vão atrás de quem fez. Querer envolver meu nome em qualquer coisa. Sempre recorri a dinheiro de direito de televisão para pagar as minhas contas. Nunca precisei de caridade de ninguém quando fui presidente do Atlético”.

Neste ponto, Kalil se refere claramente ao fato de a MRV Engenharia e o Banco BMG terem sido citados por Sérgio Sette Câmara, quando ele anunciou o pagamento dos mais de R$ 13 milhões, no final da tarde última segunda-feira, como os responsáveis por ajudar o clube a quitar a dívida.

Eleição

No final deste ano, o Atlético terá eleições. E apesar de terem sido do mesmo grupo até pouco tempo, Kalil e Sette Câmara devem brigar pela presidência do clube.

O atual presidente, concorrendo à reeleição, com o apoio de Rubens Menin, dono da MRV, e de Ricardo Guimarães, ex-presidente do clube e dono do BMG.

Alexandre Kalil, que vai concorrer à reeleição pela prefeitura de Belo Horizonte, isso caso o pleito não seja adiado, deve ter como candidato o atual presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Castellar Guimarães Filho, que é também procurador-geral da capital mineira.

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