A investigação da empresa Kroll Consultoria no Cruzeiro gerou um relatório de centenas de páginas e apontamentos que mostram pelo menos mau uso de recursos financeiros do clube entre dezembro de 2017 e dezembro de 2019.
Como já havia sido noticiado anteriormente pelos portais Uol, Superesportes e Deus Me Dibre, gastos com cartões corporativos do clube foram realizados de forma deliberada pelos dirigentes. Apontamentos da auditoria revelaram uso dos cartões até em locais completamente fora da realidade do futebol. Como, por exemplo, em casa de divertimento adulto.
"Entre as despesas analisadas, despesas pessoais e não condizentes com as atividades performadas pelo Cruzeiro, no valor de R$ 80.777,18, foram pagas com cartões de crédito corporativos emitidos em nome de quatro dirigentes, durante o período em análise. Os estabelecimentos incluíram lojas de eletrônicos, lojas de roupas, clínicas de saúde, bebidas alcoólicas, resorts de luxo e casas noturas de entretenimento adulto", diz documento publicado pela Kroll e revelado no site do Cruzeiro.
O documento que a Kroll disponibilizou à imprensa por meio do site oficial do Cruzeiro não discrimina que tipo de serviços adultos foram esses e nem em que cartão foram pagos tal prestação de serviço.
Outros gastos
A Kroll também apontou gastos de R$ 1.548.608,00 que não puderam ser comprovados por notas fiscais. A investigação apontou que durante o período analisado na contas esse montante constou em notas de débito de dirigentes sem qualquer descrição da natureza desses gastos.
A quantia vultuosa de R$ 8.521.311,80 também foi apurada como gasto do clube em pagamentos a empresas vinculadas a dirigentes e/ou familiares dos mesmos entre 2017 e 2019.
"As empresas favorecidas eram, em sua maioria, prestadoras de serviço de consultoria e tinham contratos com o clube que abarcavam os serviços performados pelos dirigentes em seus cargos. Entre os pagamentos identificados, há empress em nome de espsosas de dirigentes, comissões e pagamentos de rescisão não previstos em contrato, bonificação de dirigentes por desempenho do time e recebimentos em duplicidade por parte de dirigentes", aponta o estudo.