O Real Madrid confirmou nesta quinta-feira (12) mais um desfalque na temporada marcada por lesões: o atacante Kylian Mbappé sofreu uma contusão na coxa esquerda durante a vitória contra a Atalanta, na terça-feira (10), pela Liga dos Campeões. A lesão vai deixar o jogador fora de ação por tempo indeterminado, aumentando a lista de atletas afastados. O time ainda lida com lesões de jogadores importantes, como os zagueiros Éder Militão e David Alaba, os laterais Dani Carvajal e Ferland Mendy e o meia Eduardo Camavinga.

Florentino Pérez, presidente do clube, apontou o calendário apertado como principal responsável pelo alto número de lesões. Segundo ele, a inclusão de mais torneios e a sobrecarga de partidas têm prejudicado a saúde dos jogadores. “A Uefa e a Fifa adicionaram 14 partidas próprias, o equivalente a dois meses e meio de competição. A falta de descanso afeta a carreira dos jogadores”, afirmou Pérez, destacando que a Fifa criou o Mundial de Clubes, impactando diretamente o tempo de recuperação dos atletas.

A sequência de lesões ligamentares, em especial as rupturas de ligamento cruzado (LCA), se tornou uma preocupação para o Real Madrid. Desde a temporada passada, o clube acumulou 10 casos de LCA, sendo Éder Militão o mais recente a sofrer a grave contusão. Os casos não se restringem ao time masculino, afetando também o elenco feminino e as categorias de base, o que intensifica o debate sobre as causas dessa alta incidência de lesões.

Para a médica do esporte Dra. Flávia Magalhães, as lesões estão diretamente ligadas à sobrecarga de jogos em um calendário tão apertado. “Um calendário muito apertado pode acelerar a reabilitação dos atletas, comprometendo sua recuperação e aumentando o risco de novas lesões”, explica. A fisioterapeuta esportiva Ricardo Vidal também destaca que a intensidade dos jogos e a frequente demanda física dos atletas, combinadas com a escassez de períodos de descanso, são fatores que contribuem para o aumento de lesões.

Esse cenário ocorre em uma temporada histórica, onde o Real Madrid pode alcançar o recorde de 72 jogos, dependendo de seu desempenho nas competições intercontinentais e nacionais. A alta quantidade de partidas já está gerando um desgaste físico e psicológico nos atletas, com o clube sendo pressionado a encontrar soluções para minimizar os impactos dessa carga excessiva.

O aumento de competições, como o Mundial de Clubes, gerou repercussão entre as ligas europeias e sindicatos de jogadores, que, em outubro, apresentaram uma queixa formal à Comissão Europeia contra a Fifa. A inclusão de mais torneios, para especialistas como Felipe Meira, coordenador de fisioterapia do Red Bull Bragantino, representa um risco à saúde dos jogadores, comprometendo sua recuperação e, consequentemente, seu desempenho nas competições.

Para lidar com os efeitos dessa sobrecarga, especialistas sugerem um planejamento mais cuidadoso, priorizando não apenas a preparação física dos jogadores, mas também sua saúde mental. “É fundamental uma abordagem integrada que contemple treinamento, monitoramento individualizado e rotação de elenco”, conclui Dra. Flávia Magalhães, apontando que as comissões técnicas devem adotar ajustes essenciais para enfrentar o novo cenário imposto pelo calendário.

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