No meio do futebol costuma-se dizer que técnico não ganha jogo. Afinal, não é o comandante quem manda a bola para a rede durante uma partida complicada. Porém, ao se analisar o ano do Atlético e a conquista da Copa do Brasil, é impossível não atrelar o sucesso do clube à chegada de Levir Culpi.
Assim como em suas outras três passagens, o comandante chegou ao Galo em um momento conturbado, com os bastidores “pegando fogo” e uma eliminação iminente na Copa Libertadores. Com sua personalidade característica, afirmou que apenas “nome” não daria ao jogador uma cadeira cativa no time. Seria preciso mostrar futebol. Assim, agitou os brios de seus atletas.
Ao mesmo tempo em que exigiu uma dedicação maior e balançou os ânimos do grupo, deu um voto de confiança ao cortar a concentração, pedindo apenas profissionalismo dos atletas. Coincidência ou não, a partir daquele momento, o Atlético passou a jogar com maior ímpeto. Voltou a ser a equipe vibrante do ano passado, que empolgava a cada nova apresentação.
E justamente Diego Tardelli, um dos alvos da cobrança inicial de Levir, não poupou elogios ao comandante alvinegro. “O fim das concentrações deram um ânimo a mais. Deu prazer de jogar futebol, de jogar bonito. O time encaixou. O Levir faz um bom trabalho, nos passa confiança, segurança”, avaliou.
Após o jogo, Levir destacou a conquista. “Foi um dos títulos mais justos que eu vi. Vencemos o flamengo, o Corinthias e agora o nosso maior rival. Foi o título mais significativo da carreira", afirmou.
Para o meia Maicosuel, a principal virtude do treinador foi passar para seus jogadores os conhecimentos obtidos ao longo da carreira. “Ele tem muita estrela. Faz uma boa leitura do jogo. É um cara rodado, vivido”, apontou.
Seja pelo domínio do vestiário ou dos conhecimentos, Levir promoveu uma verdadeira reviravolta no Galo. Foi ele quem conseguiu resgatar o melhor futebol de seus comandados e trazer novamente a alegria nos bastidores do clube, o que foi decisivo em momentos adversos na Copa do Brasil. Ele pode não ter decidido as partidas, mas foi fundamental ao estruturar a equipe. Afinal de contas, ele não era apenas “um burro com sorte”.