Polêmica continua

Atletas olímpicos e paralímpicos podem ser prejudicados com obras para Stock Car, diz UFMG

Professores reclamam que acessos aos treinos correm risco serem interrompidos; assunto foi discutido em audiência pública na ALMG

Angel Drumond
esportes@hojeemdia.com.br
Publicado em 16/04/2024 às 19:40.Atualizado em 16/04/2024 às 20:17.

Uma nova audiência pública foi realizada nesta quarta-feira (16) na Assembleia Legislativa de Minas para debater possíveis problemas causados pela realização da Stock Car em Belo Horizonte. Além de reforçar o posicionamento contrário à realização do evento no entorno do Mineirão, um novo assunto foi levado a debate: prejuízo ao treino de atletas que já têm vagas ou buscam índices para as Olimpíadas de Paris, em julho.

O debate foi idealizado pela Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia  contou e com representantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que é oficialmente contra a realização do evento no local anunciado, além de moradores que também não apoiam a corrida em volta do estádio.

Segundo os professores Luciano Silva, diretor do Centro Esportivo Universitário (CTE), e Maicon Albuquerque, diretor do Centro de Treinamento Esportivo, restrições aos locais de treinamento para atletas de alto rendimento durante as obras da Stock Car podem gerar prejuízos irreparáveis.

Em modalidades paralímpicas três atletas que treinam no CTE já têm vaga garantida para os Jogos Paralímpicos em Paris: Ana Carolina Silva de Moura (Taekwondo); Izabela Silva Campos (Atletismo) e Arthur Xavier Ribeiro (Natação). E vários outros ainda estão em busca de índice, também para as Olimpíadas.

Os professores alegam que a falta de informações da Prefeitura de Belo Horizonte e da organização do evento está prejudicando a programação.

A falta de acesso a piscina, salas de treinamento de força, pista de atletas, e de toda estrutura física do CTE/UFMG, além do suporte da equipe multidisciplinar e dos treinadores podem comprometer a preparação destes atletas.

“A interrupção nos treinamentos não é apenas uma questão de dias perdidos, representa um comprometimento importante na preparação destes atletas que podem levar meses para ser recuperada e deste modo comprometendo a capacidade de manter os atletas no mais alto nível competitivo, especialmente em um ano de Jogos Olímpicos e Paralímpicos”, destacou Maicon Albuquerque.

Cerca de 600 atletas se preparam semanalmente no CTE, que segundo os professores, é o único espaço na cidade adaptado para o treinamento de muitos deles. 

A reportagem entrou em contato com a assessoria da PBH e da organização da BH Stock Festival, mas até a publicação da matéria não recebemos resposta sobre o assunto em questão.

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