No dia 29 de novembro, Flávia Magalhães, médica e nutricionista, pioneira no futebol e referência em medicina esportiva, lançará um livro com o tema “A insustentável leveza de ser mulher no futebol”. O evento de lançamento será realizado no Museu do Futebol, às 18h, no Estádio do Pacaembu - local simbólico para a história do esporte no Brasil, com conexão direta com a temática do livro e homenagem à longa trajetória de Flávia no esporte.
Com mais de 20 anos de experiência na área, ela é reconhecida pela atuação pioneira em um campo majoritariamente masculino. Além de presidir a Sociedade Mineira de Medicina do Esporte (SMEXE), foi uma das primeiras mulheres a atuar no futebol profissional, com passagens por clubes renomados como o Atlético e o América, além de ter participado de diversas competições internacionais, acompanhando a Seleção Brasileira Feminina.
Ao longo da obra, Flávia compartilha sua trajetória no mundo esportivo, abordando os desafios, superações e conquistas que enfrentou como mulher em um ambiente tradicionalmente dominado por homens e como construiu sua identidade, tanto no futebol, quanto na medicina.
“É uma obra que tem como objetivo dar visibilidade à atuação feminina no esporte. Tive que desbravar um território “virgem”, superar o preconceito e precisei passar por algumas lutas para chegar em grandes clubes e na Seleção Brasileira. No livro pude reunir tudo, as vitórias e as derrotas. Procurei ser bem sincera, transparente e escrevi tudo de coração aberto. Espero que minha história sirva de inspiração para homens e mulheres que pretendem atuar no meio esportivo. Hoje, nós mulheres, ainda somos exceção, mas podemos e iremos mudar este cenário”, explica a médica.
Em relação a estrutura, a autobiografia é dividida em duas partes: o Primeiro Tempo e o Segundo Tempo. A primeira, conta com capítulos como: Nasci para ser diferente!; Qual a sua ambição?; Consistência; Humildade é poder!; Primeiro Sul-Americano.
A autora aborda questões fundamentais relativas aos desafios enfrentados pelas mulheres no futebol. Ela detalha seu percurso inicial e as barreiras que teve que superar para conquistar espaço e reconhecimento na medicina esportiva. Além disso, reflete sobre o que é imprescindível para manter a resiliência e a consistência em um ambiente marcado por alta pressão.
O “Primeiro Tempo” também traz relatos pessoais e profissionais que marcaram sua carreira, como o primeiro torneio internacional: a atuação médica no Campeonato Sul-Americano Feminino Sub-17, na Venezuela, em 2016. Na ocasião, ela se destacou como possivelmente a primeira médica na história do Brasil, quiçá do mundo, a participar de uma competição internacional de futebol, aos seis meses de gestação, prestando atendimento às jogadoras durante os jogos e treinos.
"Um fato marcante no jogo contra a Colômbia aconteceu quando a atleta Nycole Raysla, camisa 9 da nossa seleção, balançou as redes com um gol de pênalti, colocou a bola de futebol por baixo da camisa e fez o gesto manual da Letra L, em homenagem ao meu filho, Luis Felipe, que estava nos acompanhando dentro da minha barriga, correndo comigo para atender as demandas e participando da realização do meu sonho. Um momento inesquecível que, certamente, terá seu registro em um quadro na parede da minha casa", relembra Flávia Magalhães, em seu livro.
Já o “Segundo Tempo” é dedicado a capítulos como: Lei Pelé - como funciona na prática para o servidor; Garra e determinação; Departamento médico é comissão técnica ou não?; Particularidades da mulher atleta.
Adicionalmente, a médica discute as diferenças fisiológicas e psicológicas das atletas mulheres em relação aos homens e como isso impacta o treinamento, tratamento e performance. A profissional também aborda as análises necessárias para alcançar alta performance, incluindo reflexões sobre o treinamento contínuo e a preparação com a equipe médica.
O livro inclui prefácios de personalidades como Mauro Silva, tetracampeão mundial e Vice-Presidente da Federação Paulista de Futebol; Dr. José Luiz Runco, ex-médico da Seleção Brasileira e do Clube de Regatas do Flamengo; Valesca Araújo, oficial de partida da Conmebol, que atuou na Copa do Mundo Feminina de 2023 e foi gerente na CBF para diversos projetos ligados ao futebol feminino; e Aline Pellegrino, ex-jogadora da Seleção Brasileira e atual gerente de competições da CBF.
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