Quem via, na tarde dessa terça-feira (17), torcedores andando apressados pela Savassi, com olhares atentos para os quarteirões fechados “pintados” de verde e amarelo, podia até imaginar que havia uma certa apreensão por causa do cinturão criado por militares diante dos protestos populares. Mas, na verdade, muita gente estava à procura de telões que projetassem a Seleção Brasileira em campo contra o México.

O clima em uma das regiões mais charmosas de Belo Horizonte, que se transformou no reduto da Copa, era de outro tipo de manifestação: a da alegria pela confraternização entre brasileiros e uma legião de estrangeiros que acompanha o Mundial.

Motivo que fez com que um grupo de 12 amigos, de diferentes bairros de BH, se encontrasse na Savassi. Uma das mais animadas era Marina Araújo, de 20 anos. “Ninguém discorda que é preciso melhorar muita coisa no nosso país. Mas, em dia de jogo da Seleção, com a Copa sendo disputada no Brasil, não poderíamos deixar de aproveitar esse ambiente gostoso que se formou com a presença de tantos estrangeiros na cidade”, disse a funcionária de uma multinacional.

Como espaço democrático para a manifestação de todas as torcidas, os mexicanos também marcaram presença. Confiantes em sua seleção, eles demonstravam estar muito à vontade na capital mineira. “Não vi nenhum tipo de protesto. O que mais chama atenção é a festa nas ruas durante os jogos”, afirmou Hugo Sanchez, de 27 anos. “Estamos vivendo dias de muita alegria aqui, e é isso que importa”, completou Omar Mendes, de 30. Nascidos em Cuernavaca, eles visitam BH pela primeira vez.
 

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