(Rafael Rineiro/CBF)
Mano Menezes inicia oficialmente, neste domingo (19), diante da Portuguesa, às 17 horas, no estádio do Canindé, a sua segunda passagem pelo Corinthians. Na primeira, em 2008, ele construiu um time para a disputa da Série B, foi campeão e ganhou de presente Ronaldo Fenômeno. Claro que agora o cenário e as condições são muito melhores, mas ele terá de reconstruir um time com a matéria prima que já está lá. A diretoria não lhe deu um único reforço de peso e pediu-lhe que dê um jeito na equipe.
O time que entra em campo só tem duas caras novas em relação era Tite. O lateral-esquerdo Uendel, que veio da Ponte Preta, e o meia Rodriguinho, que foi contratado no final do ano passado e pouco jogou. Não são reforços capazes de atrair torcedor ao estádio, tampouco para revolucionar um time.
"Quando você gasta mais em um ano, é provável que no outro você não tenha tanto para fazê-lo. Se você investiu R$ 60 milhões no ano passado e em jogadores de nível internacional, nesse ano não tem a mesma condição", afirmou o treinador. "Vamos buscar qualidade em jogadores que buscam afirmação. O combinado não sai caro".
Mano Menezes tem objetivos a curto prazo. O primeiro é quase uma questão de honra: o Corinthians precisa marcar mais gols e apagar a péssima imagem deixada em 2013, um time incapaz balançar as redes até de adversários medíocres e que bateu recordes de empates.
O técnico elegeu Guerrero como o principal atacante, em detrimento de Alexandre Pato e de Emerson - os dois jogadores de maior salário, juntos ganham quase R$ 1 milhão por mês, são reservas. "Muita coisa se falou sobre o Pato. Algumas delas vão se confirmar e outras não. Precisava fazer uma escolha inicial. Disse que ia mudar a forma da equipe atuar. Para essa formação inicial, essa é a melhor".
Mano Menezes comandou dois coletivos e um jogo-treino. Nas três vezes repetiu a mesma equipe. O treinador não fez nenhuma mágica ou tirou da cartola um esquema tático revolucionário: o esquema tático é praticamente igual o de Tite. As diferenças estão na função que alguns jogadores fazem em campo.
De Guerrero, Mano Menezes espera que ele seja um típico centroavante. O peruano tem de ficar o mais próximo da área possível e ele está proibido de buscar jogo no meio de campo e de receber a bola na lateral do campo. O que se viu nos treinamentos foi um time mais rápido graças à entrada de Rodriguinho no meio de campo, o articulador. Ele é mais jovem e veloz que Douglas, além de carregar mais a bola.
Mano Menezes também trabalhou muito as inversões de jogo, com Danilo aberto na esquerda e Romarinho, na direita. O lado que funcionou mais foi o esquerdo, Uendel se mostrou boa opção de ataque, triangulando jogadas com Danilo. Com Mano, acha que é possível ser campeão estadual e vislumbrar algo a mais em competições com a Copa do Brasil e Brasileiro, de nível técnico mais difícil. A diretoria exigiu ao treinador uma das vagas na Copa Libertadores em 2015. Se o time for mal no Paulistão, terá respaldo para, se for preciso, reformular o elenco para o segundo semestre.
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