O título da chave de duplas de Roland Garros alcançado por Marcelo Melo, ao lado do croata Ivan Dodig, entrou para a história do tênis mineiro como a primeira conquista de um tenista do Estado em um Grand Slam. De quebra, o troféu coroou uma geração inteira de jogadores que buscam, há cerca de 15 anos, levantar os principais canecos da modalidade.

É inegável que Minas Gerais vive a melhor fase de sua história no tênis, com três atletas bem ranqueados. O que poucos sabem, porém, é que a história de Marcelo Melo, Bruno Soares e André Sá tem muito mais em comum que o simples fato de serem os principais duplistas do país.

Nascidos em Belo Horizonte, os três são amigos desde a infância e sempre estiveram próximos. Tanto que as famílias acabaram se tornando uma só. “Os três são como filhos pra gente. Mantemos contatos com os pais do André e do Marcelo e sempre que nos encontramos, seja em torneios ou aqui em Belo Horizonte, é uma alegria”, conta dona Maísa, mãe de Bruno.

Quem também faz parte da “família” é o preparador físico Chriszogno Bastos, que lida de perto com Bruno e Marcelo. “Trabalho com o Bruno há quase 12 anos. O conheci através do treinador dele na época, o Bob Wildmann. Já com o Marcelo estou há quatro anos, e quem o trouxe foi o Bruno. Além de atuar com jogadores de alto rendimento, o que mais me agrada é o caráter deles”, elogia.

Início de carreira

Mais velho, André Sá, 38 anos, começou a carreira aos 8, no Minas, e aos 12 mudou-se para os Estados Unidos, para treinar na conceituada Nick Bollettieri Tennis Academy, a mesma que revelou atletas como Monica Seles, Jim Courier, Andre Agassi e Maria Sharapova. Aos 16 anos, em 1996, se profissionalizou e começou a buscar espaço.

Já Bruno, 33 anos, começou a treinar no Barroca, com 6 anos, quando foi descoberto ao acaso por Ailton Marques. “Ele jogava futebol no Barroca e um dia o vi brincando de tênis. Notei que ele tinha jeito e o convidei para participar da escolinha. Em um ano ele estava na equipe do clube disputando competições contra meninos de 10 anos de igual para igual”, lembra o treinador.

Com uma família de tenistas, Marcelo, o caçula da “família”, com 31 anos, foi quem começou mais novo, com 5. Desde pequeno, observava os pais jogando no Minas. O jogador pisou pela primeira vez na quadra com o professor Arlindo. “Ele me ajudou a dar os primeiros golpes no tênis, mas infelizmente neste momento tão feliz não está mais presente”, lembra.

Rivais na juventude
 
Uma curiosidade na carreira dos três tenistas mineiros são os adversários que cada um teve na época em que eram juvenis. Coincidentemente, o principal oponente de André na adolescência foi Daniel Melo, irmão de Marcelo, que também se profissionalizou e chegou a conquistar título de ATP 250.

Já Bruno fez inúmeros duelos contra o paulista Thiago Alves, que também construiu uma boa carreira como profissional, tendo até disputado a Copa Davis. O único que teve um rival desconhecido quando juvenil foi Marcelo. Dos 10 aos 16 ele fez mais de 40 duelos contra o também mineiro Rodrigo Cataldi.

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