O diretor de desenvolvimento internacional do UFC, Marshall Zelaznik, esteve em Belo Horizonte na manhã desta segunda-feira (5) juntamente com os lutadores meio-pesados (até 93kg) Glover Teixeira e Ryan Bader, para promoção do UFC BH 2, que será realizado no Ginásio do Mineirinho, no dia 4 de setembro. Os dois são os responsáveis pela luta principal do evento mineiro. Entre uma pergunta e outra o dirigente falou sobre assuntos polêmicos e alguns dos principais atletas brasileiros na franquia americana.
A luta do Lyoto gerou muito polêmica e segundo Dana White o brasileiro venceu. Em outras oportunidades que isso aconteceu, a decisão de Dana foi tratar o "derrotado" como vencedor, e agora?
Não apenas o Dana, eu também acho que ele ganhou, e toda a cúpula do UFC, inclusive o Joe Silva (responsável pela marcação das lutas). Mas as vezes isso acontece quando a decisão é dos jurados e realmente teve gente que viu a luta e achou que a vitória foi do Phil Davis. Apesar da derrota, não acredito que isso vá afetar o futuro do Lyoto no UFC, apenas uma pequena queda no ranking.
A mudança de regra, que volta a valer chute e joelhada quando um lutador estiver com três apoios intencional, vai realmente acontecer? Se sim, a partir de quando?
Aconteceram reuniões durante a semana passada para decidir sobre essas possíveis mudanças, mas ainda não sei se essas regras vão vingar, mas essa questão de três apoios é uma coisa complicada, porque o árbitro terá que determinar se foi ou não intencional na hora, o que pode gerar muita polêmica.
Da última vez que vocês estiveram aqui, apesar do sucesso, falaram que o ginásio do Mineirinho era uma carcaça e o maior desafio do UFC até então, porque resolveram voltar?
O principal motivo que voltamos foi o sucesso de público. Apesar dos desafios, tudo correu bem. Foi a primeira vez que utilizamos a estrutura interna, mas provou que estamos preparados para organizar eventos em qualquer lugar.
A luta entre Bader e Glover sempre foi a primeira opção de luta principal deste evento?
Esta luta sempre foi vista com bons olhos por nós, pois coloca frente a frente dois ótimos lutadores que estão bem colocados no ranking, além do Glover ser mineiro e isso atraí o público. Mesmo antes do Lyoto ser derrotado, agora ainda mais já que pode significar um title-shot, caso ele vença de uma forma impressionante.
A visão do UFC sobre Brasil mudou após o primeiro evento sem lotação total no País, no UFC 163?
De forma alguma. Não é preciso lotar um evento para que este seja considerado um sucesso. Apesar de não ter vendido todos os ingressos, os fãs que estiveram presentes na Arena HSBC ficaram satisfeitos.
Com a derrota de Anderson Silva foi por água abaixo a chance de se fazer a super-luta, entre ele e Saint Pierre ou Jon Jones?
Ainda temos o sonho de fazer uma super-luta, mas com a derrota do Anderson e com ambos tendo adversários complicados pela frente, tivemos que adiar essa ideia. Mas caso o Anderson consiga fazer com o Weidman o que era esperado, o Dana tem muita vontade de realizar essas lutas, então os fãs podem esperar por elas no futuro.
O que aconteceu com o sonho do UFC em fazer um evento em um estádio brasileiro, para bater os recordes atuais de público?
Ainda sonhamos com um evento em um estádio, apesar de não termos planos imediatos. Inclusive fui ao Maracanã na semana passada e fiquei encantado, mas para isso vir a acontecer teriam que ter pelo menos duas lutas muito boas no mesmo card. Apesar de não estarmos planejando isso pode vir a acontecer em 2014. Outro problema são que os estádios no Brasil não são cobertos, e isso complica ainda mais porque ficamos reféns das condições climáticas.
O Vitor Belfort tem utilizado redes sociais para pedir lutas dele com atletas mais pesados, como Daniel Cormier e Chael Sonnen. Existe um plano do ufc para ele?
Faz sentido o pedido do Vitor de não lutar entre os médios, para manter sua posição de primeiro do ranking e postulante ao cinturão. Até tentamos marcar uma luta dele contra o Tim Kennedy, mas ele está decido a não lutar entre os médios a não ser pelo cinturão.
Dominick Cruz está lesionado há quase dois anos, e sem previsão de volta, existe a possibilidade de Renan Barão se tornar o detentor do cinturão do peso galo? Assim como Frank Mir perdeu o cinturão em condições semelhantes.
Com certeza há essa possibilidade. O próprio Dana White já deixou claro que caso ele não se recupere em breve, vamos atualizar o campeão. E caso o Barão mantenha seu título interino até lá, ele poderá se tornar o campeão. Mas não há nada certo quanto a isso, o próprio Renan tem o desejo de enfrentar o Dominick.
Sem grandes desafios na sua categoria, existe a possibilidade de colocar o José Aldo para lutar contra o vencedor de Henderson e Pettis?
Não tem nada certo ainda, até porque depende do vencedor dessa luta. Caso o Ben Henderson ganhe, ele não iria descer e ficaria a cargo do José Aldo subir ou não. Já se o Anthony Pettis vencer, ele já queria lutar na categoria do brasileiro e pode ser que continue com este pensamento de ter dois cinturões.
O UFC BH, acontece pela primeira vez em uma quarta-feira, no dia 4 de setembro. E neste mesmo dia haverá rodada do Campeonato brasileiro de futebol. Isso é por acaso ou finalmente o Dana começou a “competir” com o principal esporte no mundo?
Não, de forma alguma. A data foi determinada por força contratual com a televisão. O canal que comprou o direito do nome, escolheu a quarta-feira. Não foi parte da nossa estratégia de concorrer com o futebol. O ideal para nós é que os fãs possam amar os dois esportes, não queremos entrar em uma briga que não podemos ganhar.