Depois das manifestações calorosas da torcida no Autódromo de Interlagos em 2016, Felipe Massa espera uma despedida mais discreta neste ano no GP do Brasil de Fórmula 1. No domingo (12), ele fará sua última corrida em São Paulo como piloto da principal categoria do automobilismo mundial.
"Nem preciso mais de festa neste ano, vou apenas tentar fazer uma corrida boa, buscar um bom resultado. A festa foi suficiente no ano passado, com toda aquela emoção", disse Massa, nesta quarta-feira.
Em sua primeira despedida da F-1 no Brasil, Massa deixou a corrida mais cedo, a 23 voltas do fim, por conta de uma batida pouco antes da reta dos boxes no encharcado asfalto de Interlagos. O brasileiro, então, desceu do carro e recebeu o carinho da torcida. No alambrado, recebeu uma bandeira do Brasil, a qual abraçou em seu trajeto a pé até os boxes, onde foi recebido com aplausos pelas equipes.
"A despedida do ano passado foi um momento de lado humano na F-1. Foi um momento incrível que vivi. Nunca imaginei estar sentindo aquilo. As pessoas estavam me aplaudindo de pé, em toda a caminhada que eu tive até os boxes. Fui aplaudido até por pessoas com quem não trabalhei. Foi um calor humano, uma sensação de respeito, algo que talvez nunca tenha acontecido na Fórmula 1", relembrou o piloto da Williams.
Massa fará sua segunda despedida do GP do Brasil porque havia anunciado sua aposentadoria meses antes da corrida do ano passado em Interlagos. No entanto, ele voltou atrás após o fim do campeonato quando foi convidado pela Williams para permanecer mais um ano na equipe para ocupar o lugar do finlandês Valtteri Bottas. O piloto da Finlândia havia sido contratado pela Mercedes para substituir o alemão Nico Rosberg.
Neste seu ano extra na F-1, o brasileiro não teve maior sucesso nas pistas. Ele atribuiu o fraco rendimento às limitações do carro da Williams e à falta de sorte. "Infelizmente neste ano tive um pouco de falta de sorte nas corridas para marcar pontos. Com nosso carro, não foi nada fácil", afirmou.
"Nas corridas em que as equipes grandes tiveram problemas e surgiu a chance de marcar pontos, eu estava lá na posição ideal para conseguir brigar por pontos e chegar ao pódio. Mas tive problemas, geralmente nos pneus. Em Baku [GP do Azerbaijão], poderia ter vencido. Na Rússia, cheguei a estar em sexto, mas o pneu furou de novo. No final das contas, tive poucas chances de marcar grande pontos", argumentou.
Apesar disso, Massa se diz satisfeito com o rendimento apresentado ao longo da temporada. "Consegui tirar o máximo do carro na maior parte das corridas. Estou satisfeito com o meu campeonato, embora a posição final não seja a real", afirmou, referindo-se ao 11º lugar, com 36 pontos. Está atrás do novato Lance Stroll, seu companheiro de Williams, que tem 40 e ocupa o 10º posto.
Na avaliação do brasileiro, a Williams novamente neste ano perdeu força ao longo da temporada por não exibir maior evolução no desenvolvimento do carro. "Foi algo bem parecido com o que aconteceu no ano passado e em 2015. Começamos bem o ano, mas o desenvolvimento e a evolução do carro não foram como deveriam ter sido", analisou.