Médico do Cruzeiro defende volta aos treinos para 'criar ambiente de segurança' durante pandemia

Guilherme Piu
@guilhermepiu
07/05/2020 às 12:39.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:27
 (Gustavo Aleixo/Cruzeiro)

(Gustavo Aleixo/Cruzeiro)

Gustavo Aleixo/Cruzeiro

  

O cenário de dúvidas e incertezas pela pandemia do coronavírus atinge toda a sociedade, inclusive o meio esportivo. Depois de alguns clubes brasileiros retomarem atividades em centros de treinamentos mesmo sem a definição de uma data específica para retomada dos jogos, há quem defenda que trazer os atletas para os CT's é uma forma de aumentar o controle e dar mais segurança aos envolvidos com o futebol.

O diretor do departamento médico do Cruzeiro é um desses. O doutor Sérgio Campolina entende que chamar os atletas para os centro de treinamentos para atividades acompanhadas não é uma forma de quebrar a quarentena. Pelo contrário, para ele essa demanda ajudaria em um maior controle e segurança para os jogadores.

"O objetivo de voltar ao treino não é furar quarentena ou dar passo maior do que poderíamos dar. É algo que pode ser feito com muita segurança. Mais do que isso, vamos fazer avaliação laboratorial e ajudar o universo do futebol (...) Criar um ambiente de segurança, isso é muito importante", disse Campolina em entrevista à Rádio Itatiaia. 

Na opinião do médico os jogadores, mesmo fazendo treinos em casa, não cumprem atividades de um atleta profissional por mais que o trabalho seja bem feito. E que trazê-los para os CT's seria para melhorar esse acompanhamento e protegê-los pelo uso sistêmico de protocolos de segurança, cumprindo regras de distânciamento social. 

"Eu acredito que quanto mais informação e mais embasamento você tem, mais seguro você fica. O aprendizado nessa pandemia é diário e o que nos dá segurança são os protocolos. Se levar em consideração que os atletas estão fazendo atividades que eles conseguem, em casa, clubes e lugares restritos, podemos trazê-los para fazer esse mesmo tipo de atividade em ambientes controlados, com pessoas testadas, ambiente com equipamentos de proteção adequada e sob orientação de profissionais adequados. Quando eu falo que o atleta tem que voltar ao clube, não é visando o retorno rápido dos jogos. É recondicioná-lo, trazê-lo para a realidade do esporte. (...)  A gente não quer dar passo a frente. Todas as medidas de segurança estão sendo tomadas. Queremos ampliar essa segurança para nossos atletas. A volta ao treino eu não vejo como temerário, vejo como algo a somar", opina.

Protocolos nos clubes de MG

Sérgio Campolina afirma que no Brasil há uma preocupação em criar uma padronização dos protocolos, uma vez que os clubes precisam se "nortear" quanto ao que será feito. O médico do Cruzeiro disse que além da Raposa, Atlético e América têm ações em conjunto nesse momento de pandemia. 

"A grande questão que estamos vivendo é tentar padronizar, fazer com que todos os clubes tenham um norte. Tem ocorrido uma troca de informaões e ideias para que todos tenham uma mesma linha de conduta. Aqui em Minas Gerais, eu, pelo Cruzeiro, Rodrigo (Lasmar, médico) no Atlético, e o Cimar (Eustáquio) no América, fizemos um protocolo único, com contato com laboratórios para nos dar assistência em exames, tentar ao maximo diminuir essa insegurança que vivem os clubes e a socidade em si. Vimos que o Flamengo deu entrada nos protocolos, realizou avaliação de atletas, contatos, funcionários, algo que os clubes deverão fazer para dar segurança a quem está envolvido no processo. O que percebemos na CBF é que representantes de clubes estão preocupados com acessos de quem vem de cidade com casos para locais que ainda não tem tantos casos (de coronavírus). Precisamos vencer a resistência com segurança e a meneira de fazê-lo é estimular os protocolos", analisou. 

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