Mineirão 53 anos: primeiro clássico entre Brasil e Argentina teve seleção local e gerou polêmica

Alexandre Simões
asimoes@hojeemdia.com.br
03/09/2018 às 19:53.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:16
 (Reprodução Diário de Minas)

(Reprodução Diário de Minas)

Neste século, o Mineirão se transformou na casa do maior clássico sul-americano. O estádio sediou os últimos três duelos entre as seleções de Brasil e Argentina disputados no país, todos pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo.

Mas nenhuma dessas partidas – apesar do brilho de Ronaldo nos 3 a 1 de 2004, ou de Neymar, Coutinho e Gabriel Jesus nos 3 a 0 de 2016 –, foi marcada por tanta polêmica quanto o primeiro encontro entre brasileiros e argentinos no Gigante da Pampulha.

As equipes fizeram dois amistosos na primeira quinzena de agosto de 1968. Com a Seleção Brasileira em crise, ainda um reflexo do fracasso no Mundial disputado dois anos antes na Inglaterra, o então presidente da extinta Confederação Brasileira de Desportos (CBD), João Havelange, pediu a cariocas e mineiros para formarem seleções estaduais que representariam o país diante dos vizinhos.

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Em 8 de agosto, com Zagallo no papel de treinador e o Botafogo como base, a seleção carioca fez 4 a 1 sobre a Argentina, no Maracanã, numa partida que por pouco não terminou em confusão.

O quarto gol brasileiro, marcado por Jairzinho aos 42 minutos do segundo tempo, saiu após quatro minutos de “olé” sobre os hermanos. Logo depois, o tento de honra dos visitantes foi marcado por Alfio Basile, que posteriormente faria sucesso como técnico.

Quatro dias depois, em 11 de agosto de 1968, Brasil e Argentina se reencontraram no Gigante da Pampulha. Entrou em campo uma seleção mineira formada e dirigida por três cronistas esportivos: Jota Junior, Carlyle Guimarães (ex-jogador) e Lísio Juscelino Gonzaga, o Biju, que já tinha sido supervisor do América e ficou marcado para a história como o comandante brasileiro naquela partida.

Tendo o Cruzeiro como base (nove dos 11 titulares eram da Raposa), o Brasil venceu a Argentina de novo, dessa vez com um pouco mais de dificuldade, pelo placar de 3 a 2.

RETROSPECTO

Recentemente, algumas estatísticas sobre a seleção argentina tentaram “apagar” da história as duas derrotas seguidas em solo brasileiro.

Isso é um erro, pois a equipe que veio ao país era o “Time A” da Argentina, contra uma Seleção que foi formada pela CBD, estando atendidos todos os critérios determinados pela Fifa para que um confronto seja considerado oficial.

Menos mal que duas publicações importantes sobre a história da seleção argentina consideram os dois jogos disputados em agosto de 1968. São elas o livro “Argentina: historia de la Selección de fútbol (desde 1893 hasta 1991)” e, mais recentemente, o almanaque “Quién es quién en la Selección Argentina – diccionario sobre los futebolistas internacionales (1902-2010)”.

A segunda publicação lista todos os jogadores que defenderam a Albiceleste no período considerado, e os atletas que participaram das duas derrotas para o Brasil naquela ocasião têm essas partidas computadas em sua relação de presenças pela equipe.

É importante destacar que todas as publicações brasileiras sobre a história da Seleção classificam os dois jogos como oficiais.

VOTAÇÃO

Diante da história de 1968, o Hoje em Dia promove nesta terça-feira (4) uma votação por meio do Twitter na qual o torcedor tem a chance de escalar a seleção mineira que representaria o Brasil atualmente. Participe!

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