(Marcelo Prates/Hoje em Dia)
O palco oficial do superclássico mineiro está de volta. Após dois anos e meio fechado para reformas, o Mineirão abre suas portas para receber o duelo entre Cruzeiro e Atlético, no dia 3 de fevereiro de 2013, pelo Campeonato Mineiro. Mais do que isso, a expectativa é de que cruzeirenses e atleticanos dividam de novo o Gigante da Pampulha, após quase três anos de clássicos de torcida única.
A história do superclássico começou num amistoso no estádio do Prado Mineiro, em 17 de abril de 1921. O campo era de propriedade de uma empresa que organizava corridas de cavalos na capital. Anos depois, Cruzeiro e Atlético ergueram seus próprios estádios nos bairros do Barro Preto e de Lourdes, respectivamente, com capacidade máxima para até 10 mil torcedores. Mas a popularidade de ambos os clubes cresceu, e os campos não demorariam muito para tornarem-se obsoletos.
O Independência foi inaugurado em 1950 para a Copa do Mundo com o status de maior estádio de Minas Gerais, com capacidade para 20 mil torcedores. Após quatro anos, um acordo firmou o campo do Sete, como era chamado, como o palco oficial do clássico a partir do Campeonato da Cidade de 1954. Ainda assim, o estádio não comportava as torcidas e muita gente ficava de fora.
Palco definitivo
Somente em setembro de 1965, com a inauguração do Mineirão, com capacidade para 120 mil torcedores, é que o clássico passou a ter um palco do tamanho da sua importância. E o duelo contribuiu para dissipar a desconfiança da maioria da crônica esportiva e até da classe política, de que o estádio seria um “elefante branco”.
O Gigante da Pampulha caiu no gosto das torcidas e virou a casa do clássico. Durante 45 anos, foram 214 confrontos, com uma ligeira vantagem cruzeirense: 76 vitórias, contra 69 do alvinegro. É o jogo mais disputado no gramado do Mineirão.
E agora, após quase três anos de torcida única, atleticanos e cruzeirenses não contêm a ansiedade para verem o clássico retornar a sua verdadeira casa.
Cenário perfeito para decisões
Atlético e Cruzeiro foram protagonistas da maioria das decisões dos campeonatos estaduais no Gigante da Pampulha. Ao todo, foram 13 finais, e a vantagem é azul, com nove conquistas, contra quatro do alvinegro.
A primeira grande decisão foi em 1967, que o Cruzeiro definiu o título com duas vitórias, por 3 a 1 e 3 a 0. O time estrelado ainda superou o rival nas decisões dos títulos de 1972, 1977, 1987, 1990, 1998, 2004, 2008 e 2009.
Já o Atlético levantou o primeiro estadual numa grande final contra o Cruzeiro em 1976. As outras três conquistas sobre o rival foram nas edições de 1985, 2000 e 2007.
A maioria das decisões foi definida em jogos bem acirrados. Em 1972, 1977 e 1985, por exemplo, o título foi decidido somente na prorrogação.
A mais tumultuada aconteceu em 1987, quando o Cruzeiro conquistou o Estadual com uma vitória por 2 a 0 sobre o Atlético, numa partida marcada por várias paralisações e invasões de campo.
Nos últimos anos do estádio, os títulos formam decididos em duas partidas, mas definidos logo no primeiro jogo, que transformaram o duelo derradeiro num amistoso festivo de torcida única.
Em 2007, o Galo goleou a Raposa por 4 a 0 no primeiro jogo, que garantiu a conquista daquele ano. Apesar da derrota por 2 a 0 na segunda partida, a festa foi da torcida alvinegra, maioria no estádio.
Em 2004, 2008 e 2009 foi o Cruzeiro que definiu o caneco com vitórias na primeira partida. Nas duas últimas vezes, por exemplo, o placar de 5 a 0 se repetiu, e foi o maior em decisões na história do estadual. Nas três oportunidades, o segundo jogo teve maioria azul no Mineirão.