Mineirão terá 1º duelo de Mundial neste sábado

Gláucio Castro - Hoje em Dia
Publicado em 14/06/2014 às 08:14.Atualizado em 18/11/2021 às 03:00.
 (Carlos Rhienck/Hoje em Dia)
(Carlos Rhienck/Hoje em Dia)
 
Chegou o dia mais importante de um gigante com 49 anos de história. Não faltaram momentos inesquecíveis para quem já se sentou nas arquibancadas do Mineirão. Mas nada se compara a uma Copa do Mundo, e o maior palco do esporte em Minas Gerais sentirá esse sabor especial neste sábado (14), a partir das 13h, quando Colômbia e Grécia se enfrentam, pela primeira rodada do Grupo C.
 
Se o Mineirão foi o último gramado de Minas Gerais a entrar na rota do Mundial, depois de Independência, Cidade do Galo, Toca da Raposa e Arena do Jacaré, será ele que vai receber o ponto alto da festa: as partidas do esporte mais popular do planeta. Tudo bem que o duelo entre colombianos e gregos está longe de ser aquele que os mineiros sonhavam, mas o certo é que o local, que já viveu momentos históricos, terá neste sábado (14) mais um capítulo de sua antológica trajetória escrita.
 
A Colômbia entra em campo para provar que existe futebol após o corte do ídolo Falcao Garcia. “Sentimos muito. Sofri muito neste dia, mas temos um grupo forte, uma família. Vamos entrar em campo sem mudar nossa maneira de jogar, apesar de que cada jogador tem sua característica”, diz o argentino José Pekerman, que comanda o time colombiano.
 
Já a Grécia espera desmentir, no Mineirão, que tem uma equipe preocupada apenas em se defender. “Nosso grupo é importante como um todo. Temos um sistema defensivo muito forte, é verdade, mas de nada adianta se não conseguirmos fazer gols nos nossos adversários”, garante o português Fernando Santos, técnico do combinado grego.
 
Pronto para a festa
 
Inaugurado em 1965, o Mineirão passou por uma completa reforma durante dois anos para fazer bonito na Copa. Depois de reaberto, o Gigante da Pampulha já testemunhou momentos importantes do cenário esportivo e cultural não só do país, mas de todo o continente. No ano passado, viu o Atlético conquistar pela primeira vez a Copa Libertadores e foi a casa do Cruzeiro na impecável campanha do tricampeonato brasileiro.
 
Alguns dos nomes mais importantes da música pop mundial também escreveram capítulos importantes no Mineirão. Astros como Elton John, Guns n’ Roses e Black Sabbath se apresentaram nos últimos dois anos no estádio, além do eterno beatle Paul McCartney, que escolheu a principal casa do futebol mineiro como ponto de partida de sua atual turnê.
 
Faltava uma partida de Copa do Mundo para a galeria de momentos históricos, como a deste sábado (14). Mais de 50 mil torcedores são esperados para o jogo. Desde a última sexta-feira (14), um grande número de colombianos marcava presença no entorno do estádio. Os gregos, que amargam uma grave crise financeira, devem comparecer em menor número. Está tudo pronto para uma tarde de história e festa na Pampulha.
 
Para suprir ausência de Falcao Garcia, aposta é na força da equipe
 
Não faz dez anos que o atacante colombiano Carlos Bacca trabalhava como trocador de ônibus. Como em um enredo de cinema, ele comandará a Colômbia na estreia da Copa, neste sábado (14) à tarde, contra a Grécia, no Mineirão. Será dele a responsabilidade de substituir Falcao Garcia, ídolo cortado por contusão. Apesar da missão complicada, o jogador garante estar preparado.
 
Sem seu principal nome, o técnico José Pekerman aposta na qualidade do grupo, um dos melhores que a Colômbia teve nos últimos anos. Para dividir a responsabilidade com Bacca, o treinador conta com dois volantes ofensivos: Cuadrado e Jame Rodriguez.
 
Cotado para substituir Daniel Alves no Barcelona após a Copa, Cuadrado é uma das esperanças dos colombianos na competição. Além de atuar no meio de campo, ele também joga como lateral-direito, função que não deve ter no Brasil.
 
No fim da manhã da última sexta-feira (14), a seleção colombiana fez um treino de reconhecimento no Mineirão. A imprensa só pôde acompanhar 15 minutos. Quando o ônibus chegou ao Gigante da Pampulha, foi recebido por dezenas de torcedores, que passaram o dia nos arredores.
 
Para o volante Abel Aguilar, a paixão de vestir a camisa da seleção do seu país é a principal motivação do grupo que, além de Falcao Garcia, perdeu outros nomes como Aldo Ramirez, Ednin Valência e Perea. “Temos que desfrutar ao máximo este momento. Só nós sabemos a responsabilidade e a alegria de vestir uma camisa como essa”, disse. 
 
Missão dos gregos é aumentar poder ofensivo
 
Poucos jogadores terão tanto a provar na tarde deste sábado (14) quanto Georgios Samaras. Quando começar o duelo com a Colômbia, o centroavante grego terá de mostrar não apenas que é um jogador de qualidade, mas que sua seleção é capaz de vazar a meta dos adversários.
 
A Grécia se classificou para a Copa apenas no mata-mata, após a segunda posição do Grupo G. A campanha foi sólida, com os mesmos 25 pontos em dez partidas que a Bósnia-Herzegovina, que ficou com a vaga direta por conta do saldo de gols: 24 a 8.
 
A baixa produtividade do setor ofensivo tem gerado críticas ao time do técnico português Fernando Santos. Mas isso não significa que os jogadores se sintam abalados antes da estreia no Mundial.
 
“Nossa filosofia de jogo é bem definida. Valorizamos tanto a defesa quanto o ataque. Não é verdade que nossa preocupação é apenas em não sofrer gols. Todos vão poder testemunhar isso contra a Colômbia, estamos muito motivados para esta partida”, garante Samaras, que sonha com uma boa participação na Copa para diminuir um pouco o sofrimento dos gregos, por causa da grave crise econômica que castiga o país europeu.
 
“Não gosto de misturar futebol e política, mas vamos entrar em campo com o objetivo principal de levar alegria ao nosso povo. Nós queremos muito isso”, diz o atacante, maior esperança grega para a Copa.
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