Mineiro Marcelo Melo chama a atenção do tênis mundial

Émile Patrício - Hoje em Dia
Publicado em 15/07/2013 às 07:56.Atualizado em 20/11/2021 às 20:03.
 (Jonathan Nackstrand/AFP)
(Jonathan Nackstrand/AFP)

O mineiro Marcelo Melo fez história. Foi o primeiro tenista brasileiro a disputar uma final de Wimbledon, o torneio mais tradicional do mundo. Após ficar com o vice-campeonato em Londres, há pouco mais de uma semana, ele retornou a Belo Horizonte, lugar onde “recarrega as baterias” para continuar o circuito.

Nessa minifolga na cidade natal, ressalta a desvalorização dos duplistas e chama a atenção dos brasileiros: medalha de prata também é uma conquista. Atualmente, o atleta divide a cena com o conterrâneo Bruno Soares, outro tenista que esteve na badalada “grama sagrada” e também saiu com o segundo lugar, nas duplas mistas.

O torneio de Wimbledon é a mais antiga competição do tênis: existe há 136 anos. Porém, nem mesmo o maior ídolo brasileiro da modalidade, Gustavo Kuerten, disputou uma decisão desse Grand Slam. Apenas uma mulher, Maria Esther Bueno, tinha alcançado tal feito, sendo a última vez em 1967.

Foi nas duplas que Marcelo Melo, jogando ao lado do croata Ivan Dodig, mudou essa história, porém ficou com o vice diante dos irmãos americanos Bob e Mike Bryan, dupla número um do mundo.

“Wimbledon é um torneio muito especial, desejo da maioria dos atletas. É a história do esporte, onde tudo começou. Sonhava em participar quando criança e consegui chegar à final. Passa um filme na cabeça. Foi ali que eu sempre queria estar”, conta.

“Lógico que a gente treina para ser campeão de um Grand Slam. Mas, às vezes, as pessoas pecam por não dar valor ao vice-campeão. Uma vez, Roger Federer disse algo que me ajudou muito. Após uma pergunta de um repórter, respondeu que não havia perdido o ouro e sim ganhado a prata. Para mim, foi uma conquista disputar a final”, destaca Melo, referindo-se ao tenista suíço, número cinco do ranking.

Ele explica que não está satisfeito. “Mas consigo valorizar o que fiz”, reforça o mineiro, de 29 anos, que, após a prata de Wimbledon, pulou para a 14ª posição na lista de duplas da ATP.

Valorização

Apesar disso, Marcelo Melo diz que ainda falta uma maior valorização para os duplistas no país e também nos próprios torneios, que focam nas chaves de simples. Além de existir preconceito entre os adeptos, ele diz que as premiações ficam aquém do merecido. “Há uma transmissão dos jogos de simples muito maior que de duplas. Mas isso vem mudando aos poucos. Antes a gente nem via duplas mistas na televisão e, hoje, já é possível. A partir daí, você alcança visibilidade”, avalia.

Na quinta-feira, Melo viaja para Atlanta, nos Estados Unidos, onde disputará o ATP 250 local. Na sequência, o desafio é o ATP 500 de Washington. Ainda estão no calendário do mineiro os Masters 1000 de Cincinnati, também em solo americano, e de Montreal, no Canadá. Todos são preparatórios para o US Open, Grand Slam que acontece em Nova York. 

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