Depois de negar as especulações no último final de semana, Luca di Montezemolo confirmou, nesta quarta-feira (10), que não será mais presidente da Ferrari, cargo que ocupou nos últimos 23 anos. A confirmação foi feita pelo próprio dirigente, que deixará suas funções como presidente da equipe de Fórmula 1 e da fábrica de Maranello.
"Este é o fim de uma era e por isso tomei a decisão de deixar a minha posição como presidente depois de quase 23 anos maravilhosos e inesquecíveis, além do que foi feito ao lado de Enzo Ferrari nos anos 70. A Ferrari é a empresa mais maravilhosa do mundo. Foi um grande privilégio e uma honra de ter sido o seu líder", disse Montezemolo.
Para substitui-lo, foi confirmado Sergio Marchionne, diretor-executivo do Grupo FCA (Chrysler Fiat Automobiles). O Grupo FCA, inclusive, teve papel importante na decisão da mudança da direção da escuderia, como explica Montezemolo.
"A Ferrari terá um papel significativo a desempenhar junto com o grupo FCA na bolsa de valores de Wall Street no próximo mês. E isso vai abrir um novo e diferente estágio que eu penso que deve ser liderado pelo diretor-executivo do Grupo", comentou o dirigente.
Os rumores de que Montezemolo estava de saída aumentaram na última semana. Durante o Grande Prêmio da Itália, no entanto, o dirigente fez questão de afirmar que não pensava em deixar o cargo e que estava disposto a firmar um acordo para comandar a escuderia por mais três anos.
Apesar das declarações, sua permanência estava sendo pressionada por Marchionne. Novo presidente da empresa e diretor da Fiat, que é dona de 90% da Ferrari, o dirigente não escondia sua insatisfação com o desempenho da Ferrari no Mundial e fez afirmações sinalizando a possibilidade de existir mudanças na alta cúpula da esquadra italiana.
De saída, Montezemolo agradeceu a todos que trabalharam com ele durante os últimos 23 anos.
"Meus agradecimentos, primeiramente, vão para as mulheres e homens da fábrica em Maranello, nos escritórios, nas pistas de corrida e nas lojas ao redor do mundo. Eles foram os arquitetos reais do crescimento dessa companhia espetacular, das vitórias inesquecíveis e da transformação dessa marca em uma das mais fortes no mundo", disse o ex-presidente, lembrando-se de agradecer à torcida e desejar sorte à equipe.
"Meus agradecimentos também vão para o fãs que sempre nos apoiaram com grande entusiasmo, especialmente nos momentos mais difíceis da escuderia. Desejo aos acionistas, principalmente a Pietro Ferrari, que esteve sempre ao meu lado, que todos tenham muito sucesso, porque é isso que a Ferrari merece", completou.
Nos últimos anos, a Ferrari teve uma queda de desempenho e esteveá longe de repetir os resultados que a garantiram como a equipe mais vitoriosa da Fórmula 1. O último Mundial de Construtores conquistado pela escuderia foi em 2008, quando Felipe Massa terminou na vice-liderança do Mundial de Pilotos e Kimi Raikkonen, em terceiro.
De lá para cá, a equipe caiu e teve seu melhor desempenho em 2012, ano no qual terminou com o vice-campeonato. Nesta temporada, a equipe foi ultrapassada pela Williams e caiu para o quarto lugar após o GP da Itália.