A polonesa Irena Szewinska morreu na noite de sexta-feira (29), aos 72 anos, vítima de câncer. Principal atleta da história de seu país, ela até hoje é a única velocista do mundo que conseguiu bater o recorde mundial nos 100m, 200m e 400m livres.
A Associação de Atletismo da Polônia confirmou a morte na manhã deste sábado. "O polonês e o esporte mundial sofreram uma perda irreparável. O meio do atletismo polonês perdeu sua esportista mais notável. A rainha das rainha dos esportes chegou ao final de sua vida", informou a nota publicada no site da entidade.
Szewinska tem sete medalhas olímpicas, estabeleceu dez recorde mundiais e em 1974 foi reconhecida como a melhor atleta do mundo. Ela disputou no total cinco Jogos Olímpicos, entre 1964 e 1980. Nesse período, conseguiu três ouros, duas pratas e dois bronzes em cinco modalidades distintas. Além de disputar as provas de corrida, ela competia no salto em distância.
Desde sua aposentadoria em 1980, Szewinska sempre seguiu ligada ao esporte em seu país. Tornou-se membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) e também participou do conselho da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês). Entre 1997 e 2009, foi presidente da Associação de Atletismo da Polônia.
A IAAF destacou nota em seu site para lamentar a perda da atleta. "Irena inspirou uma geração de mulheres na Polônia e ao redor do mundo no atletismo", disse o presidente da IAAF, Sebastian Coe. "Ela era uma heroína nacional e minha amiga. Sua perda será sentida em todo o mundo", prosseguiu.
O Comitê Olímpico da Polônia, onde Szewinska foi vice-presidente, em nota disse "que é uma dor e tristeza inimaginável. Foi a Primeira Dama do esporte polonês, uma atleta excepcional e, posteriormente, uma ativista dos esportes".
O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, também lamentou o falecimento da atleta. "Irena será sempre lembrada por sua extraordinária personalidade, tanto em sua capacidade como atleta, como depois, quando foi membro do COI. Com sua gentileza e modéstia, ela era uma referência para toda vida no esporte. Desta forma, inspirou atletas e mulheres em todo o mundo", escreveu.
Szewinska nasceu em 24 de maio de 1946 de uma família judia-polonesa na cidade de Leningrado, na antiga União Soviética. Com oito anos de idade mudou-se para Varsóvia, onde começou a praticar atletismo um pouco mais tarde, com 15. A bandeira olímpica do COI ficará por três dias hasteada a meio mastro em forma de luto. A atleta deixa o marido e dois filhos.