
Da alegria de 21 de outubro de 2018, à tristeza da próxima quinta-feira (20), passando pelo escândalo de 26 de maio de 2019. O confronto Cruzeiro x Chapecoense, em Belo Horizonte, é uma espécie de trilogia da passagem de Wagner Pires de Sá, Sérgio Nonato e Itair Machado pela Raposa.
Quatro dias depois de garantir, diante do Corinthians, em São Paulo, os inéditos hexacampeonato, no geral, e bi, em sequência, da Copa do Brasil, o Cruzeiro recebeu a Chapecoense, no Independência.

Wagner Pires de Sá com mascote, faixa e taça na comemoração pelo hexa, no geral, e bi, em sequência, da Copa do Brasil, em 2018, antes de partida contra a Chapecoense, no Independência
A partida de 21 de outubro de 2018 foi pela 30ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. Com a vaga na Libertadores do ano seguinte já assegurada, pela conquista da Copa do Brasil, o time de Mano Menezes, apontado como um dos melhores do país naquele momento, decretou a goleada ainda no primeiro tempo, com gols de Thiago Neves, Arrascaeta e Dedé.
Antes de a bola rolar, jogadores, comissão técnica e diretoria receberam as faixas pelo título nacional conquistado quatro anos antes.
Denúncias
Pouco mais de sete meses depois, Cruzeiro e Chapecoense voltaram a se enfrentar na capital mineira, pela Série A. O jogo, pela sexta rodada, novamente disputado no Independência, teve vitória catarinense por 2 a 1 e terminou quando já estava no ar o programa Fantástico, da Rede Globo, que naquele 26 de maio de 2019 fez uma série de denúncias contra a gestão de Wagner Pires de Sá e seus companheiros mais próximos, o diretor geral Sérgio Nonato, e o vice-presidente de futebol, Itair Machado.
O clube passou a viver as maiores crises institucional e econômica da sua quase centenária história. Várias das denúncias feitas na reportagem do Fantástico estão no inquérito que a Polícia Civil de Minas Gerais encaminhou ao Ministério Público, que nos próximos dias deve denunciar três ex-dirigentes cruzeirenses além de três empresários ligados ao futebol e mais um que fez empréstimo à Raposa, ganhando como garantia direitos econômicos de jogadores, um deles de 12 anos, mas que tem como atividade o ramo de equipamentos de proteção individual (EPIs).
Naquele momento, o time já tinha sido bicampeão mineiro e fazia grande campanha na Libertadores, onde passou às oitavas de final com a segunda melhor campanha da fase de grupos.

Mas as coisas desandaram dentro de campo, o Cruzeiro foi eliminado na Libertadores e Copa do Brasil, Mano Menezes pediu demissão, o time teve três treinadores (Rogério Ceni, Abel Braga e Adilson Batista) e acabou sofrendo o primeiro rebaixamento da sua história.
Série B
Neste 20 de agosto de 2020, o Cruzeiro recebe a Chapecoense pela quarta rodada da Série B. A condição de um dos melhores times do Brasil passa longe da Toca da Raposa II.
De toda forma, os catarinenses verão o time de Enderson Moreira entrando em campo motivado pela possibilidade de alcançar a quarta vitória seguida neste início de competição, o que pode permitir uma aproximação do G-4 da Segundona, grupo que garante vaga na Série A do ano que vem.
Depois de ser goleada pelo supercampeão da Copa do Brasil, e sete meses depois derrotar o Cruzeiro que era matéria no Fantástico, nesta quinta-feira a Chapecoense encara o time grande que cai, mas que busca diante dela um passo decisivo na Série B, que é pelo menos grudar no G-4.